O consultor de Planejamento e Gestão Ambiental do Banco Mundial (Bird), Antônio Camargo, esteve hoje em Maceió, a convite da Célula de Desenvolvimento Econômico, para discutir a elaboração de um estudo de potencialidades dos recursos hídricos no estado.
Camargo veio em missão não-oficial para conhecer o plano de negócios e oportunidades de Alagoas, que coloca às águas como um dos três vetores principais de desenvolvimento.
Segundo Camargo, Alagoas “é um estado agraciado pela natureza e possui o maior potencial hídrico do Nordeste”. Para ele, é necessário um estudo para desenvolver ações de aproveitamento das águas. “Estamos avaliando estratégias de indução do desenvolvimento a partir das águas de Alagoas. No futuro, o planeta estará cada vez mais dependente da disponibilidade de água, e Alagoas, como o ‘paraíso das águas’ pode ter esse fator como diferencial”, afirma.
Camargo avalia que o objetivo, a partir de agora, é desenvolver uma política de desenvolvimento para esse aproveitamento das águas. Isso deve ser feito com a assinatura do Pacto das Águas. “Esse processo envolve lideranças da sociedade civil, entidades representativas de classe e iniciativa privada para estabelecer parcerias sólidas e perenes”, ressalta.
O consultor alerta ainda que o cuidado com as águas deve ocorrer de forma integrada, já que as bacias são integrantes de diversos estados, a exemplo do Rio São Francisco. “Tudo que é feito de errado pelo homem reflete nas águas do rio. É importante que exista essa consciência de conservação do aproveitamento, e Alagoas – com essa perspectiva de políticas de desenvolvimento a partir das suas águas – está fazendo sua parte”, finaliza.
Na próxima quarta-feira, o secretário de Desenvolvimento, Arnóbio Cavalcanti, vai a Brasília manter um entendimento oficial com o Bird para que o consultor paulista ajude na elaboração do pacto das águas. “Nossa proposta é que ele passe seis meses aqui nos dando esse apoio”, afirma.
Atualmente, Camargo é consultor do programa estadual de micro-bacias do estado de São Paulo. Arnóbio pretende montar um grupo de trabalho no sentido de elaborar um plano de ação estratégico para a questão hídrica.
A percepção do secretário é que, com a concretização do Pacto das Águas, Alagoas passe a ter um diferencial na hora de atrair novos investimentos. “O fim da guerra fiscal está prevista na reforma tributária, e os estados terão que se mobilizar para oferecer suas vantagens, e acreditamos que Alagoas tem possibilidade de se destacar. Temos além das águas, a energia e a logística como vetores de desenvolvimento”, conclui Arnóbio.
