Lula diz a Renan que tem cobrado dos órgãos do governo pressa nas investigações

Em conversa hoje com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis saber como andam as investigações do Congresso sobre denúncias de corrupção e informou que tem cobrado rapidez nas apurações conduzidas pela Polícia Federal, pela Controladoria Geral da União e pela Receita Federal. Ao relatar a conversa, Renan disse que Lula continua otimista com o desempenho da economia.

"O presidente me convidou para uma conversa institucional, como devem ser as conversas entre presidentes de dois Poderes, sobretudo num momento de crise profunda como a que estamos vivendo. Conversamos sobre a conjuntura, ele quis saber do andamento das investigações no Congresso e disse que tem cobrado rapidez na conclusão das investigações realizadas no âmbito do Executivo" informou.

No encontro, Renan disse a Lula que a decisão do Senado de criar uma instância de convergência para racionalizar os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito vai engrenar os trabalhos e propiciar a apresentação dos resultados esperados pela sociedade.

"A única maneira de o Congresso reaver sua credibilidade é punindo exemplarmente. Esse é o estado de espírito que domina o Congresso" disse o presidente do Senado.

Indagado por jornalistas a respeito da postura do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em relação às investigações de corrupção, Renan disse que não discute a postura de ninguém.

"Quem se atrever a fazer manobra, a buscar o acobertamento das investigações, está redondamente enganado. Isso não vai acontecer e a sociedade não perdoaria se isso acontecesse. Eu vou conduzir a investigação com equilíbrio e responsabilidade e buscando os resultados. Eu não vou discutir a conduta de ninguém, mas quem se atrever a ser ‘pizzaiolo’, quem se atrever a meter a mão nessa massa, vai dificultar a vida do país e das instituições" alertou Renan.

Quando os jornalistas lhe perguntaram se o presidente Lula demonstrou preocupação com a economia, Renan disse que o chefe do Executivo não só está otimista como acredita que os indicadores econômicos vão continuar melhorando, sobretudo neste segundo semestre, quando o comércio é aquecido pela proximidade do Natal.

Na mesma conversa, Renan disse ao presidente Lula que o Legislativo vive na mais plena normalidade. Ele informou que, desde o início da crise política, o Senado já aprovou 392 matérias, entre as quais a minirreforma eleitoral, que considera uma reforma política de emergência.

De acordo com o presidente do Senado, a Câmara não pode negligenciar essa votação. Mesmo que ela mude o texto aprovado no Senado, o senador entende que é fundamental votar a matéria, até porque, em sua opinião, o Brasil não pode ir para as urnas no próximo ano sob a vigência das mesmas regras eleitorais que propiciaram as irregularidades agora investigadas em CPIs.

"O que a Câmara não pode é deixar o assunto na gaveta. O país precisa muito de uma mudança radical na legislação político-eleitoral. Nós não podemos repetir uma eleição com a velha lei, com os mesmos erros e desvios. Temos que votar uma reforma, seja qual for. Uma Casa tem a obrigação constitucional de aprimorar o que a outra Casa vota. O que não pode é engavetar, é fazer de conta que isso não é uma necessidade do país" afirmou o presidente do Senado.

Fonte: Agência Senado

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