Teotonio já faz campanha para governador em 2006

Wadson RegisAuditório do caic ficou lotado

Auditório do caic ficou lotado

O senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) começou no Pilar, terra de seu bisavô Pedro Quintella, a campanha para o governo do Estado em 2006. Ontem, ele falou no Encontro Municipal do PSDB e procurou ser contundente, ainda que no condicional – se e somente se o senador Renan Calheiros (PMDB) não aceitar ser candidato. O encontro, realizado no Caic da Chã do Pilar, teve o apoio do prefeito Marçal Prado, um dos que estimulam o lançamento, já, do nome de Teotonio na disputa sucessória estadual.

O senador vem sendo pressionado nos dois sentidos; pelas bases, que não acreditam que Renan deixe a presidência do Senado para disputar o governo de Alagoas; pela direção nacional que exige candidaturas estaduais como parte do projeto de retomar a presidência da República.

Com todas essas correntes, o senador assimilou o quadro e se dispôs a colocar a campanha na rua, para não ser surpreendido no caso de Renan optar, como parece, pela presidência do Senado. Um dos que mais o provoca nessa direção é o professor Eduardo Magalhães Júnior, cientista político e filiado ao partido.

O DISCURSO

O PSDB já realizou dois outros encontros municipais – em Palmeira dos Índios e Maragogy; o próximo será em Penedo – mas, no Pilar, o senador Teotonio foi mais enfático no discurso de candidato; se antes ele hesitava esperando a definição de Renan, no encontro do Pilar foi irônico com o presidente da República: “O Lula está se comparando ao Jucelino Kubsteck, mas não tem cabimento; em dois anos e meio Jucelino construiu Brasília; Lula, em dois anos e meio, destruiu toda a reputação do PT; o seu governo é um desastre e, se a crise política não afetou a economia, isto se deve às bases sólidas fincadas no governo Fernando Henrique Cardoso”. E arrematou: “Alagoas estava certa quando derrotou Lula. Somos o único estado onde Lula perdeu a eleição para o ministro José Serra e vemos agora que tínhamos razão”.

Também na linha de candidato, Teotonio apontou uma das causas do índice elevado de mortalidade infantil no Estado – a poluição das águas. “As crianças bebem água poluída, matam a sede e matam a si mesmas”, diagnosticou o senador, recebendo aplausos da platéia que lotou o auditório do Caic.

AS MULHERES

Teotonio falou diretamente às mulheres e aos jovens; mostrou a importância da mulher na formação da humanidade e defendeu a política econômica voltada para a geração de emprego. “As famílias tradicionais, com cinco, sete…dez filhos, não existem mais; hoje o casal define no máximo dois filhos. Esse fenômeno mundial reduziu a taxa de natalidade e o Brasil será o país com a maior concentração de jovens. Precisamos gerar empregos urgentemente”, completou.

EM FEVEREIRO

“Sinto vergonha dos nossos indicadores sociais negativos e, como senador, tenho procurado viabilizar projetos que pelo menos minimizem esses efeitos negativos. Mas, eu tenho pena do governador Ronaldo Lessa, que está sendo enganado pelo presidente Lula. É isso o que acontece. O aeroporto de Maceió vai sair porque nós lutamos muito antes para colocar recursos para o Infraero. Mas, peço a vocês, peço ao prefeito Marçal Prado, que tenha paciência; sofra um pouquinho mais, agüente, que já está se aproximando o dia em que o PSDB voltará ao governo para redimir a todos que sofrem hoje”, disse em tom melodramático, arrancando aplausos e gritos de “muito bem; é isso mesmo”.

AS ALFINETADAS

E não faltaram as alfinetadas no PT. O senador aproveitou o clima para ironizar o Partido dos Trabalhadores, que antes se julgava “senhor absoluto da ética; dono da verdade, mas mentiu o tempo todo para o povo brasileiro”. E cutucou o adversário, afirmando que, em tom de blague, que “os senhores da ética e da moralidade organizaram um aparelho de corrupção sem precedentes na história do país”.
Mas, embora lembrasse que o PT, durante a visita do presidente Fernando Henrique Cardoso a Xingó, trinta dias após a posse, pediu a saída de FHC, ele e o PSDB não querem que Lula seja colocado para fora do Planalto, a não ser que algo de mais grave envolva o presidente com a corrupção. “Quero que o Lula cumpra o mandato; que fique até o fim para ver o estrago que ele causou”, concluiu, anunciando para fevereiro de 2006 a definição do PSDB sobre as candidaturas majoritárias em nível federal e estadual.

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