Nivaldo é a 17ª vítima de morte este ano no Alto da Alegria
O estudante Nivaldo Alves dos Santos Silva, 19, assassinado hoje por volta das 18 horas, é a 17ª vítima de morte este ano no Alto da Alegria, favela do Benedito Bentes. E igual aos outros crimes, ninguém viu nada – a lei do silêncio impera na favela.
O sargento PM Costa, do 5° Batalhão, foi quem fez o levantamento preliminar da ocorrência, mas se queixou pela falta de cooperação da comunidade. “Até mesmo os dados sobre a vítima foi difícil de levantar. As pessoas não colaboram, embora peçam que a polícia desvende o crime”, disse.
Nivaldo, mais conhecido como “Negrada”, residia na rua Estrelinha, n° 4, e, de acordo com informações passadas pela polícia, estava envolvido com drogas. Dos amigos que se juntaram à multidão de curiosos, apenas um, identificado como Cícero, declarou que lhe conhecia e assumiu que eram amigos de infância – os pais deles foram os primeiros moradores do Alto da Alegria. Revoltado, Cícero cobrou o resultado da apuração dos crimes na região. “Com esse são dezessete assassinatos e nenhum foi esclarecido”, falou.
A única testemunha informou ainda que os crimes têm as mesmas características; é sempre dois homens que agem no começo da noite, surpreendendo as vítimas. Cícero reconheceu que a maioria tem envolvimento com drogas e contou que, há uma semana, deu conselho ao amigo Nivaldo para se afastar da “galera” com a qual vinha se relacionando. “Mas, não é pelo fato de ele ser drogado que o crime vai ficar por isso mesmo. Se a gente não exigir a prisão dos culpados, mais tarde, qualquer um será assassinado e vai ficar como sendo mais um maloqueiro morto”, desabafou.
