Brasil vence no adeus e fecha eliminatórias com ego no alto

Antônio Galdério/Folha ImagemAdriano comemora seu gol, o primeiro na vitória por 3 a 0 do Brasil sobre a Venezuela

Adriano comemora seu gol, o primeiro na vitória por 3 a 0 do Brasil sobre a Venezuela

Classificação antecipada. Melhor ataque. Craques no banco. Artilheiro da competição. Vitória mesmo com atuação sonolenta. E, enfim, e no fim, líder. A seleção brasileira não poderia acabar de maneira mais satisfatória as eliminatórias sul-americanas.

Nesta quarta-feira, em meio à "beatificação" que sofreu em Belém (PA), o Brasil venceu a Venezuela por 3 a 0 na última rodada do qualificatório e, com a derrota da Argentina para o Uruguai, acabou na liderança da competição, com 34 pontos, o mesmo número dos argentinos. Mas, graças ao seu melhor saldo de gols, ficou com o "título" do torneio.

Se no coletivo os objetivos coletivos foram cumpridos após o qualificatório mais longo disputado pelo time nacional – a estréia ocorreu em setembro de 2003 -, com 18 jogos em ida e volta, também sobram razões para o time comandado por Carlos Alberto Parreira brilhar individualmente.

Com o gol nesta quarta, Ronaldo colocou fim ao incômodo jejum de seis jogos sem marcar pela seleção. O último do "Fenômeno" com a camisa amarela havia sido contra a própria Venezuela, na goleada por 5 a 2, em 9 de outubro de 2004, em Maracaibo. Com o gol no Mangueirão, o atacante do Real Madrid acabou a competição como artilheiro isolado, com 10 gols.

Parceiro preferido de Parreira para jogar ao lado de Ronaldo, Adriano deu mais uma mostra do quanto é confiável. Autor dos gols mais decisivos da atual gestão do treinador, o "Imperador" abriu o placar no Mangueirão quando o jogo já se arrastava pela sua primeira meia hora.

Aos três minutos, Roberto Carlos fez lançamento pelo chão. Ronaldo dominou e tentou bater, mas a bola desviou na zaga.

Aos 11min, Kaká abriu pela direita e tocou pelo Adriano. O atacante acionou Ronaldo, que se livrou do marcador e chutou de esquerda, fraco, nas mãos de Dudamel. Cinco minutos depois, Zé Roberto lançou Roberto Carlos. O lateral cruzou e Adriano ganhou do zagueiro, mas mandou sobre o travessão.

Aos 22min, Cafu deu arrancada pela direita e achou Adriano livre. O "Imperador" teve até tempo e espaço de escolher o canto. O fez. Mas escolheu exatamente onde estava Dudamel. No contra-ataque, Maldonado passou por Lúcio e, sem ângulo, chutou para defesa de Dida.

Três minutos depois, Adriano roubou bola na intermediária e lançou Ronaldo. O jogador do Real, bem marcado, não conseguiu chegar a tempo de evitar o domínio do goleiro Venezuelano.

Aos 28min, Adriano não errou. Ele recebeu lançamento de Kaká pelo alto, dominou com a bola esquerda e chutou na saída de Dudamel. Foi o sexto gol do "Imperador" nas eliminatórias.

O ritmo do Brasil caiu, tanto que o principal lance do gol até os 40min foi obra da Venezuela. Em cobrança de falta, Arango acertou bibicleta numa sobra de bola. Dida não segurou e Adriano, que ajudava na marcação, afastou a bola. A sonolência foi criticada por Parreira no intervalo.

"Acho que a gente tem condições de jogar melhor", declarou à TV Globo o treinador, que pediu "mais vibração, mais velocidade". Kaká, que fez o lançamento do gol, apontou a forte marcação venezuelana como razão da falta de criatividade. "Estamos procurando espaços, o time deles está fechadinho", fisse o jogador do Milan.

O Brasil voltou para o segundo tempo sem alterações. O que reforçou o pedido por Robinho da arquibancada. Que foi sufocada pelo, enfim, primeiro gol de Ronaldo na seleção em seis partidas.

Aos seis minutos, Ronaldinho Gaúcho fez lançamento preciso para Adriano. Mesmo dentro da área e na frente de Dudamel, o "Imperador" tocou de lado para o seu mentor, que cortou um zagueiro e o goleiro venezuelano para marcar seu 10ºgol no qualificatório – é o artilheiro isolado da competição.

O jogo caiu em nova sonolência, mas já com o Brasil em nova condição – o Uruguai abrira o marcador contra a Argentina e dava à seleção a liderança das eliminatórias – quando Roberto Carlos, aos 16min, acertou em cobrança de falta o terceiro gol do Brasil.

Em seguida, para dar algum objetivo à partida, Parreira colocou em campo Alex e Robinho nos lugares de Adriano e Ronaldinho Gaúcho, respectivamente. O primeiro tem a meta de garantir presença no grupo que vai à Copa do Mundo; o segundo, de que pode ser titular.

Mas quem assustou foi a Venezuela. Aos 25min, Torrealba, que acabara de entrar, arriscou da intermediária e obrigou Dida a mandar a bola para escanteio. O Brasil respondeu com Robinho. O driblador passou por dois adversários pela esquerda e cruzou para trás. Kaká, livre, não conseguiu dominar.

O Brasil chegou a anotar um quarto gol, com Kaká, mas o ártbitro havi anotado falta anterior em Ronaldo. Robinho também teve sua chance. Ele recebeu lançamento de Alex e, já dentro da área, chutou esquerda do gol de Dudamel.

Fonte: Uol

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