Números apresentados na acareação continuam conflitantes

Durante acareação que aconteceu na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão, nesta quinta-feira (27), o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do mensalão, confirmou que repassou um total de R$ 10,837 milhões para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Disse que seu contato com o partido era o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas e que fazia cheques nominais à empresa Garanhuns, mas que houve, também, pagamentos entregues pessoalmente a Costa Neto.

A diretora-financeira da SMP&B – empresa de Marcos Valério – Simone Vasconcelos também confirmou os valores e as informações dadas pelo empresário. Já o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse que seu partido teria autorizado o pagamento de cerca de R$ 12 milhões ao PL. Em seguida, Valdemar Costa Neto disse ter recebido R$ 6,5 milhões. Contou que Delúbio não teve condições de atender seus pedidos de dinheiro durante a campanha eleitoral e que, com o decorrer do tempo, em 2003, após as eleições, o então tesoureiro do PT começou a autorizar os repasses.

No início da reunião, o relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), explicou que a comissão pretendia, com a acareação, descobrir o motivo das diferenças de informações entre as quantias que os beneficiários disseram receber e as que os pagadores disseram entregar.

– A soma dos quantitativos registra uma diferença de milhões de reais e a CPI tem interesse em saber o destino que tomou esse dinheiro – afirmou.

Abi-Ackel disse acreditar que os depoentes iriam manter suas versões mas, mesmo assim, considerou importante a acareação.

-Se as quantias não se harmonizam, há uma mentira – destacou.

O relator comentou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante aos participantes da acareação consultar seus advogados. Segundo Abi-Ackel, como ele e o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), são bacharéis em Direito, nas reuniões da comissão sempre foram respeitadas as prerrogativas dos advogados.

Fonte: Agência Brasil

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