Sobe para 49 o número de mortos em explosões na Índia

As três explosões registradas em Nova Déli (Índia) neste sábado deixaram pelo menos 49 mortos –informações anteriores falavam em 42 pessoas. Os ataques terroristas, como classificou o primeiro-ministro indiano, Mahmohan Singh, aconteceram no mesmo dia em que um trem descarrilou no sudeste do país, matando ao menos 77 pessoas.

A polícia local declarou estado de emergência e fechou os mercados de Nova Déli. Em um comunicado, o primeiro-ministro afirmou que o país vai "vencer a batalha contra o terrorismo", sem divulgar se o governo tem pistas de quem são os responsáveis pelas explosões.

Até o momento, nenhum grupo reivindicou a ação em Nova Déli, que ocorreu horas depois do descarrilamento de um trem de passageiros no distrito de Veligonda, Estado de Andhra Pradesh (sudeste da Índia). O acidente aconteceu quando o trem passou por uma área em que os trilhos estavam submersos devido a um alagamento. Autoridades dizem que as águas podem ter levado parte dos trilhos, o que teria feito o veículo descarrilar. Não há qualquer indício de que o descarrilamento tenha sido provocado por uma ação terrorista.

Mais de 60 pessoas ficaram feridas nas três explosões ocorridas em Nova Déli, que aconteceram em intervalos de minutos. A primeira foi registrada perto da estação de trem, local bastante movimentado, devido à circulação de passageiros, e próxima a um cinema.

A segunda explosão aconteceu perto do mercado de Sarojini Nagar, uma área bastante popular da cidade. "O impacto foi tão forte que minha casa tremeu", afirmou Kiran Mohan, morador da região, à agência de notícias Associated Press. Depois, uma terceira explosão foi registrada em Govindpuri, região industrial, localizada na parte sul da cidade Segundo Vir Singh, porta-voz do Departamento de Bombeiros, um ônibus foi atingido.

As explosões acontecem dias antes do início de dois grandes festivais religiosos na Índia: um hindu e outro, muçulmano. O primeiro –Diwali, ou festa das luzes– deverá ser celebrada na próxima quarta-feira e o segundo, Eid Ul Fitr, marca o fim do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico] no final da próxima semana.

Extremistas

O governo indiano enfrenta atualmente a oposição de dezenas de grupos extremistas –desde de pequenas organizações, até os extremistas islâmicos da região da Caxemira indiana, que lutam para que essa região seja anexada à parte paquistanesa da Caxemira, de predominância muçulmana.

O episódio em Nova Déli também marca o início do diálogo entre o governo indiano e paquistanês, por conta do terremoto ocorrido na região da Caxemira, que pode ter deixado ao menos 80 mil mortos, e que afetou ambos os países.

O controle pela Caxemira –região montanhosa em disputa pelo Paquistão e a Índia– já provocou guerras entre os dois países e há quase seis décadas separatistas entram em confronto com agentes de segurança indianos em plena cordilheira do Himalaia pelo controle da área, que é considerada uma passagem estratégica à parte sul do continente asiático.

Nas lutas entre os grupos que envolvem os dois Exércitos e extremistas islâmicos pró-Paquistão, mais de 60 mil pessoas já morreram desde 1989. Segundo o governo indiano, esses grupos recebem o apoio financeiro do governo paquistanês, que diz apenas ampará-los politicamente.

Fonte: Folha online

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