Sucessão em Alagoas divide política e a economia

A disputa sucessória em Alagoas dividiu o poder econômico; o deputado federal João Lyra (PTB), candidato a governador já em campanha, enfrentará o grupo de usineiros que lhe faz oposição, entre eles o próprio irmão, Carlos Lyra.

De um lado o usineiro do PTB contra os usineiros do PSDB e do PDT – a sucessão alagoana terá esse condimento em 2006: o poder econômico.

Enquanto João Lyra está nas ruas com a campanha sutil – ele se apresenta como apaixonado por Alagoas – nos bastidores, seus opositores tramam a reação.

A esperança deles é a de que o senador Renan Calheiros (PMDB) aceite ser candidato; se isto não for possível, o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB) será escalado para enfrentar o candidato do PTB – e aí o confronto se consolida como disputa econômica; de um lado os usineiros cooperados contra o usineiro independente.

NA FRENTE

O deputado João Lyra está fechando o maior acordo político da história das sucessão governamental em Alagoas; dos 27 deputados, apenas dois não interessam ao candidato do PTB, por razões óbvias: Paulo Fernandes, o Paulão, que é do PT, e Maria José Viana, ligada ao governador Ronaldo Lessa, que João Lyra vem enfrentando como principal opositor.

O vice-governador de João Lyra deve ser o deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, Celso Luiz (PMN), que tem afirmado só manter um compromisso: ajudar a eleger o governador Ronaldo Lessa para o Senado.

Celso é hoje a maior liderança política no sertão e não abre mão da candidatura a vice-governador. A hesitação do senador Renan e o distanciamento do governador sobre a própria sucessão levaram Celso para João Lyra.

DECIDE

O senador Renan Calheiros somente vai decidir se aceita a candidatura em janeiro, mas, qualquer que seja a decisão, ela estará baseada no quadro político nacional.

Renan, na condição de presidente do Senado e do Congresso Nacional, julgava-se candidato natural a vice-presidente da República em qualquer das duas chapas principais, do PSDB ou do PT. Os últimos acontecimentos políticos reverteram o quadro.

O candidato a vice-presidente na chapa do PSDB deverá ser um pernambucano, mas não é para permitir a repetição da dobradinha no governo FHC; é, sim, para neutralizar o presidente Lula, partindo-se da perspectiva de que não será cassado.

No caso de figurar com vice de Lula, a perspectiva para Renan é desastrosa; de acordo com as pesquisas de intenção de votos, Lula perde a eleição se o candidato for o ex-ministro José Serra.

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