A "emancipação da República": uma questão semântica

“O cerimonial da Prefeitura de Arapiraca já se organiza para receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve visitar o município no dia 15 de novembro, quando desembarca em Alagoas para festejar os 116 anos de emancipação da República.”

O trecho selecionado para o comentário de hoje foi extraído de coluna publicada ontem na “Gazeta de Alagoas”.
O problema em questão é de natureza semântica. Afinal, que quer dizer a palavra “emancipação”? Do latim, o termo significa, na origem, o ato de “tomar alguma coisa em mão”, ou seja, de reivindicar-lhe a posse. Foi usado, no sentido concreto, para designar “coisa adquirida em propriedade total”. O escravo era emancipado quando recuperava a propriedade total de si próprio, isto é, quando adquiria a liberdade.
Com o tempo, a palavra adquiriu o significado amplo de “tornar-se livre, independente”. Para que algo ou alguém se emancipe, portanto, é necessário que sua condição anterior seja a de prisão ou privação de liberdade.
A república pode ser proclamada, anunciada, promulgada. Daí o fato de, na data de 15 de novembro, ser comemorado o dia da proclamação da República.
Veja, abaixo, o texto reformulado:

O cerimonial da Prefeitura de Arapiraca já se organiza para receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve visitar o município no dia 15 de novembro, quando desembarca em Alagoas para festejar os 116 anos da proclamação da República.

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