Anvisa, farmacêuticos e médicos se unem contra mau uso de remédios

Rio – Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, no Brasil, os hospitais gastam de 15% a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações decorrentes da utilização inadequada de medicamentos. E que de todos os pacientes que dão entrada em prontos-socorros do país com intoxicação, 40% são vitimas dos medicamentos.

Para tentar reverter esse quadro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) anunciaram hoje (18) a criação de uma parceria cujo primeiro resultado prático será a realização de quatro seminários regionais. O primeiro está marcado para 9 e 10 de dezembro, em Salvador (BA). Em seguida, haverá encontros nas regiões Norte/Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, afirmou que "a iniciativa prevê um esforço no sentido de capacitar e sensibilizar os médicos e farmacêuticos com relação á transmissão de informações sobre o uso correto e racional dos medicamentos". Desta forma, acrescentou, "será possível minimizar e detectar mais rapidamente os efeitos adversos".

Ele informou ainda que a Anvisa pretende "reforçar a pertinência da notificação de reações adversas às autoridades de saúde do país". Atualmente, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox), os medicamentos são os principais agentes causadores de intoxicações em seres humanos e estão em segundo lugar nos registros de mortes por intoxicação.

Para o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Heder Murari Borba, todos os agentes responsáveis pelo processo de atenção à saúde são culpados pelo índice elevado de intoxicação por medicamentos no Brasil. "O médico, como parte desse processo, também tem a sua parcela de culpa, embora na minha opinião não seja o principal responsável", disse. E ressaltou como objetivos da parceria o estímulo à educação continuada dos médicos e a uma postura crítica da população em relação à prescrição médica que recebe.

Fonte: Agência Brasil

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