Após 73 dias de greve, os professores da UFC (Universidade Federal do Ceará) decidiram voltar às aulas, para impedir que o semestre letivo fosse anulado.
A decisão foi contrária à determinação do comando nacional da greve, que recomendava a continuidade da paralisação por tempo indeterminado, até que o governo federal atendesse as reivindicações.
Por 207 votos a 153, os docentes do Ceará decidiram na quinta-feira (17) continuar as negociações, mas retomando as aulas, para evitar a perda do semestre.
Existe a expectativa, entre os professores, de que seja aprovado no Congresso um projeto de lei que regulamente algumas das reivindicações do grupo, como pagamentos de gratificações e abertura de um concurso público para a contratação de novos docentes.
Nesta sexta-feira, o conselho universitário da UFC se reuniu para refazer o calendário de aulas deste segundo semestre de 2005. Antes da greve, houve pouco mais de 20 dias de aula.
Pelo novo cronograma, as aulas serão reiniciadas na próxima segunda-feira e deverão seguir até meados de fevereiro. As férias entre os semestres terão de ser encurtadas, e o ano letivo de 2006 só deverá mesmo ser normalizado no final do ano.
A UFC foi uma das primeiras universidades a aderir à greve em todo o país. Ao todo, são 1.250 professores e uma comunidade de 32 mil alunos, somando os da graduação, pós-graduação e cursos de extensão.
Entre os motivos para o término da greve agora está a realização do vestibular, cuja primeira fase está marcada para domingo (20). Os grevistas e a própria universidade temiam que as provas fossem prejudicadas por causa da paralisação.
