Impulsionado pela expansão nas vendas de eletroeletrônicos, o varejo de brinquedos deve faturar 17,2% a mais neste Natal na comparação com o ano passado. Se a projeção se confirmar, de acordo com informações da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), o comércio do setor apresentará faturamento de R$ 2,9 bilhões no país em 2005.
Os dados fazem parte do projeto SimBrasil (Sistema de Informações do Mercado Brasileiro de Brinquedos) e foram divulgados segunda-feira pela FIA-USP (Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo). A projeção tem como base os resultados de nove redes varejistas do setor: Casa dos Brinquedos, Casa & Vídeo, Koraicho, Lojas Americanas, Magazine Luiza, PB Kids, Planeta Brinquedo, Ri Happy e Rozenlândia. De acordo com a FIA, essas empresas representam 40% do mercado. Se considerados os dados da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) sobre o varejo do setor, as redes pesquisadas teriam faturados, juntas, o equivalente a R$ 1 bilhão em 2004.
O crescimento nas vendas de eletroeletrônicos, que deve chegar a 54,4% neste ano ante 2004, se deve, principalmente, à depreciação do dólar. “A queda do dólar fez com que produtos caros ficassem mais baratos. E neste Natal, a expectativa é de que sejam mais vendidos itens como jogos eletrônicos e DVDs com filmes infantis”, avaliou o professor José Afonso Mazzon, coordenador do projeto SimBrasil. Para ele, outros motivos para o incremento são o aumento na renda real dos trabalhadores e a redução na taxa de desemprego.
O também coordenador do SimBrasil, Wagner de Souza Borges, informou ainda que os dados mostram que os brinquedos simples (bonecas, jogos, quebra-cabeças, etc.) estão perdendo mercado para os eletroeletrônicos, como laptops licenciados, por exemplo. “Os consumidores estão migrando para produtos inovadores.”
Os dados da pesquisa apontam ainda que o bom desempenho no Natal deve ser responsável pelo incremento de 13% no faturamento do setor no ano. Borges destacou que o crescimento se refere somente ao varejo e que os resultados “na ponta da produção” podem ser diferentes.
O franqueado da PB Kids Dino Colonnelli, com três lojas no Grande ABC, concorda com os dados da pesquisa. Ele afirma que, em razão das vendas de eletroeletrônicos, terá neste Natal crescimento em torno de 10%. “Brinquedos como videogames e bonecas, que interagem com as crianças, serão os mais procurados.”
Já na Ri Happy, porém, o incremento de 17,2% estimado pela FIA foi recebido com reservas. De acordo com Ricardo Sayon, diretor comercial da rede – com duas lojas no Grande ABC –, a pesquisa inclui no grupo de eletroeletrônicos itens que, conceitualmente, não são brinquedos, como câmeras digitais. “É preciso diferenciar eletroeletrônico de brinquedo eletrônico, como trem elétrico ou carrinho com controle remoto.” Para Sayon, se a pesquisa não tivesse esse “desvio”, a estimativa de incremento para o varejo seria de 6%.
