Beira Mar já está preso em Maceió e ninguém na PF comenta os motivos

Wadson RegisPF diz que presos não fugiram pela porta da frente

PF diz que presos não fugiram pela porta da frente

Ele é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina. Com duas condenações definitivas na Justiça – 11 anos de prisão em Belo Horizonte (MG), por tráfico de drogas, e outra de 21 anos, em Cabo Frio (RJ), por tráfico e formação de quadrilha, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, volta a Alagoas sob um forte mistério, até para as autoridades do Estado.

Fernandinho Beira Mar deixou o prédio da Polícia Federal de Florianópoles (SC), onde estava preso desde o dia 7 de outubro, na madrugada de hoje. Até confirmação da missão – colocá-lo de volta ao xadrez da Superintendência da Polícia Federal alagoana – ninguém sabia ao certo onde o traficante terminaria o dia.

Segundo informações da PF, Fernandinho Beira Mar desembarcou no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares por volta do meio dia. Como planejado, ninguém notou nada. Do desembarque no aeroporto até agora a única informação concreta é que o traficante está em Alagoas.

Precisão

Os cuidados com a transferência foram tão bem cuidados que nem os vizinhos perceberam a movimentação. “Aqui ninguém viu nada. Será que esse rapaz tá mesmo aí”, questionou seu Benedito Alexandre dos Santos, 68 anos, que mora numa casa praticamente em frente a superintendência da PF.

Assim como seu Benedito, ninguém percebeu nada. Até o vigilante da empresa particular que faz a segurança do prédio, que tem ordem de não comentar nada, disse jurar pelos seus entes que também não viu ninguém chegar. “Eu tenho ordem para não informar nada, mas juro até pela minha mãe que não vi nada. Aqui só entraram dois carros e não houve nada de helicóptero. É estranho”, disse o vigilante.

A transferência

O Estado de Santa Catarina pediu na última segunda-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) a transferência do traficante. O pedido foi feito pela Procuradoria Geral do Estado, por meio de uma ação civil pública.

De acordo com o procurador Leandro Zanini, manter o traficante em um local inadequado coloca em risco a segurança de toda a população.

No pedido, o Estado propunha o retorno de Beira-Mar para a penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

A ação também tinha como base a descoberta da Polícia Federal de Ponta Porã (335 km de Campo Grande-MS) de um plano para resgatar o traficante. A ação deveria ser executada por criminosos da fronteira com o Paraguai, ligados ao tráfico de cocaína.

Após deixar o prédio da Polícia Federal de Florianópoles (SC), onde estava preso desde o dia 7 de outubro, o próximo destino do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, acabou sendo a sede da Superintendência da Polícia Federal de Alagoas, onde o traficante já ficou preso.

A prisão

Beira-Mar foi preso em abril de 2001 na Colômbia. O traficante foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde ficou até abril de 2002.

Depois, ele foi levado para Bangu 1, no Rio, onde teria comandado em setembro de 2002, a rebelião que deixou quatro rivais mortos. Em fevereiro de 2003, o traficante foi transferido para a penitenciária de Presidente Bernardes, em São Paulo, onde ficou por um mês até ser levado para a Superintendência da PF em Maceió.

Ele retornou para Presidente Bernardes em maio de 2003. O presídio é considerado um dos mais seguros do país.

No dia 22 de dezembro de 2003, o juiz-corregedor de São Paulo, Miguel Marques e Silva, aceitou o pedido dos advogados do traficante, que solicitaram a transferência de Beira-Mar para um outro presídio do Estado, onde não haja o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

No entanto, o Ministério Público entrou com um mandado de segurança para tentar impedir a transferência e conseguiu uma liminar que, manteve Beira-Mar no RDD.

No dia 17 de fevereiro de 2004, a 3ª Câmara Criminal de São Paulo determinou a transferência imediata do traficante para o Rio. A Procuradoria de Justiça do Rio recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Três dias depois, decisão do ministro Hamilton Carvalhido, da 3ª Seção do STJ, suspendeu a eficácia da decisão da Justiça paulista, mantendo o traficante em Presidente Bernardes.

Com a Agência Folha

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos