O Brasil passa por um momento histórico que caminha no sentido do desenvolvimento. Um dos motivos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa Tábua de Vida, é o elevado contingente de pessoas em idade ativa.
Segundo o documento, essa situação configura um potencial demográfico favorável ao crescimento econômico.
"O número máximo já observado de jovens em idade de completarem seus estudos e de ingressarem no mercado de trabalho (de 15 a 24 anos de idade) vem girando em torno dos 35 milhões desde o ano 2000", afirma o IBGE.
Para o instituto, esse efetivo só será verificado novamente no período 2030 –2035. Paralelamente a esse quadro, há declínio do número de crianças de 0 a 14 anos em relação à população de 15 a 64 anos de idade, o que favorece uma menor relação de dependência de uma parte da população em relação às pessoas em idade ativa – chamada como janela demográfica.
O coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luis Antônio de Oliveira, no entanto, alerta para o fato de que a janela demográfica nem sempre provoca efeito, porque "a globalização reduziu, a partir dos avanços tecnológicos obtidos, a geração de empregos em nível mundial".
"A pirâmide etária brasileira faz com que se reduza cada vez mais a população de crianças e jovens e, a partir dos anos 90, é cada vez maior na história demográfica brasileira a proporção de jovens e adultos em idade de ingressar no mercado de trabalho. A Europa, principalmente a ocidental, viveu esse processo na segunda metade do século XX. No Brasil, a questão do emprego é mais problemática", explicou.
O técnico do IBGE lembra que isso aconteceu na Europa se vivia "outras épocas" de bem-estar social. "Com o mundo em fase de globalização, a geração de emprego é menor – proporcionalmente menor. Então, nem sempre esse bônus, esta janela demográfica, pode ser aproveitada em termos de mão-de-obra e pode ser absorvido pela economia (mercado de trabalho)."
