Justiça autoriza viagem de Maluf e mulher à França

Acusados por suposta lavagem de milhões de dólares no exterior, Paulo Maluf (PP) e a mulher dele, Sylvia, conseguiram na Justiça autorização para viajar para a França, um dos seis destinos com contas ilegais atribuídas à família do ex-prefeito fora do Brasil.

A permissão foi dada pela juíza federal de primeira instância Sílvia Maria Rocha, a mesma que, no ano passado, determinou a prisão de Maluf e de um dos filhos dele, Flávio, por evasão de divisas e formação de quadrilha. Os dois ficaram 40 dias presos na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo.

O Ministério Público Federal recorreu ao Tribunal Regional Federal para tentar impedir a viagem dos Maluf. O pedido deverá ser julgado hoje.

A autorização para a viagem internacional foi solicitada pelos advogados do ex-prefeito no começo deste mês. No pedido, informaram que Maluf e Flávio precisavam fazer uma viagem a negócios. Pediram ainda a extensão do benefício a Sylvia.

O pedido de Flávio foi negado. Com relação ao ex-prefeito, a juíza baseou sua decisão em um atestado médico, apresentado por advogados, segundo o qual Sylvia vive uma situação de estresse desde a prisão do marido e do filho.

Rocha autorizou dez dias de viagem para Sylvia. Disse que, de forma excepcional, Maluf poderá acompanhar a mulher. Informou que, na volta, os dois deverão devolver seus passaportes –retidos por decisão judicial.

Em seu recurso ao tribunal, a Procuradoria disse que o pedido de viagem não tem fundamentação suficiente. Defendeu ainda ser temerário autorizar a viagem de réus, processados por movimentação e ocultação de dinheiro, para o mesmo destino onde mantiveram contas ilegais.

Na França, segundo informações de instituições bancárias, os Maluf têm cerca de 1,7 milhão. O dinheiro está bloqueado judicialmente.

A maior parte dos recursos identificados e bloqueados, segundo autoridades brasileiras, está na ilha de Jersey, no canal da Mancha, onde a família teria cerca de US$ 200 milhões. Autoridades desconfiam que Maluf tenha ainda outras contas na Europa.

A assessoria do ex-prefeito informou que ele não tem nem nunca teve contas no exterior. Sobre a conta da França, a mesma foi declarada no Imposto de Renda. O dinheiro é fruto da venda de imóveis da família de Sylvia.

Fonte: Folha Online

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