Grito de Carnaval será com Nelson Sargento

Em clima de prévia carnavalesca, a Secretaria Executiva de Cultura (Secult) realiza, nesta sexta-feira,10, o Grito de Carnaval do projeto O Som da Praça. A partir das 17h, na Praça dos Martírios, a prévia será animada pelo samba de Nelson Sargento, da Mangueira, e do grupo É Com Esse Que Eu Vou.

A Orquestra de Tambores também participará do evento e apresentará, em seu repertório, alguns ritmos de alusão ao carnaval, como o maracatu e o afoxé. Encerrando a noite, o som dançante da banda Conexão Latina será reforçado com a animação do frevo.

“Realizar o Grito de Carnaval com a apresentação de Nelson Sargento é uma maneira de trazer a espontaneidade, alegria do samba de raiz e o autêntico samba brasileiro. Além de levar ao palco este sambista de renome internacional juntamente com músicos alagoanos é mostrar a diversidade do projeto Som da Praça e a versatilidade dos músicos da terra, que irão adaptar o repertório para proporcionar uma verdadeira prévia carnavalesca”, destaca Eduardo Bomfim, secretário executivo de Cultura.

Nelson Sargento – A voz do samba

Ainda na infância, Nelson Mattos foi morar no morro da Mangueira, onde logo conheceu Cartola e Nelson Cavaquinho, com quem aprendeu a tocar violão. O apelido "Sargento" veio de sua época no exército. Entrou para a ala dos compositores da Mangueira levado por Carlos Cachaça, e compôs sambas-enredo para a escola na década de 50, como por exemplo "Cântico à Natureza" (com Jamelão/ Alfredo Português), de 1955.

Nos anos 60, Nelson Sargento freqüentava e bar Zicartola, onde conheceu
outros sambistas e músicos da zona sul carioca. Participou, convidado por Hermínio Bello de Carvalho, do espetáculo "Rosa de Ouro" (1965), ao lado de Elton Medeiros, Clementina de Jesus, Araci Cortes e Paulinho da Viola, entre outros. Em seguida integrou o conjunto A Voz do Morro, e com ele gravou "Roda de Samba 2", um marco do gênero. Seu maior sucesso, "Agoniza Mas Não Morre", foi lançado em 1978 por Beth Carvalho e tornou-se um hino de resistência da cultura do samba carioca.

Outros sambas seus de sucesso são "Idioma Esquisito", "Falso Amor Sincero", "Vai Dizer a Ela" (com Carlos Marreta), "Nas Asas da Canção" (com Dona Ivone Lara) Nos anos 90 gravou discos no Japão, incluindo composições inéditas de seu parceiro Cartola. Foi tema do documentário "Nelson Sargento", de Estêvão Pantoja, lançado e premiado no final da década de 90.

Paralelamente à atividade de músico, Nelson Sargento é também escritor (já lançou dois livros), ator (trabalhou em "O Primeiro Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas e "Orfeu do Carnaval" de Cacá Diegues) e pintor primitivista, atividade que desenvolveu graças ao conhecimento obtido na profissão de pintor de paredes, que exerceu por vários anos.

Fonte: Secult

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