Se essa rua fosse minha, eu mandava iluminar…

Luis VilarCícero Torres liga os eletrodomésticos de casa com baterias automotivas

Cícero Torres liga os eletrodomésticos de casa com baterias automotivas

Quem resolver ir a Marechal Deodoro pela parte baixa da cidade de Maceió, obrigatoriamente passará pela Rua da Palha, localizada num dos acostamentos do trevo que dá acesso àquela que foi a primeira capital de Alagoas. São quase cem barracos amontoados na beira da estrada. Talvez muita gente tenha até passado por lá, mas sem notá-los. “Aqui a gente é esquecido. Também pudera, neste local não se fez à luz”, comentou o morador Cícero Torres.

“Precisamos de luz”, gritavam os moradores num protesto feito – hoje cedo – na beira da pista que dá acesso a Rua da Palha. “Só saímos daqui com energia”, prometiam eles. De que luz eles estão falando? Por incrível que pareça – em pleno século da pós-modernidade – os manifestantes falavam de energia elétrica. “Cansamos de pedir, então partimos para a ignorância”, destacou uma das donas de casa.

O motivo da revolta – segundo os moradores – é que depois de tanto pedirem aos políticos da região para resolverem e não obterem respostas, os moradores optaram por uma ligação clandestina – o famoso “gato” – para iluminar o local. A fiação – conforme Cícero Torres – foi puxada do Pólo Industrial de Marechal Deodoro.

Como é comum desde a invenção do fogo, tudo que produz luz é notado. Neste momento, as autoridades policiais, políticas e responsáveis enxergaram os “não iluminados”. “Ainda bem que aqui só falta luz. Comida a gente arruma. Não temos a energia dos homens, mas nos beneficiamos da luz de Deus”, comentou Torres.

O fato é que assim que se fez a luz, não foi esperado nem o sétimo dia para apagá-la. A gambiarra foi imediatamente retirada e o povo da Rua da Palha voltou a ficar sem energia elétrica.

O Centro de Gerenciamento de Crise foi até o local e conseguiu com que o povo da Rua da Palha desocupasse a pista principal porque a Companhia Energética de Alagoas prometeu estudar o caso. “Nós não queremos luz de graça. Podemos até pagar desde que seja conforme a nossa realidade”, comentou Torres.

Ceal

O Alagoas 24 Horas entrou em contato com o funcionário da Ceal, José James Nunes. Segundo ele, a Companhia conseguiu chegar a um denominador comum com a população. Nunes deu o prazo de 15 dias para que a luz chegasse até a Rua da Palha por meio do Governo Federal Luz Para Todos.

Nunes explicou que a eletricidade não chegava até a região por conta da rede de alta tensão existente no local pertencer a Brasken. “A empresa não autorizava sangrias na rede. Com o protesto, os diretores se sensibilizaram e nos passaram a autorização. Amanhã realizaremos o levantamento eletro-topográfico da região e em uma quinzena o pessoal da Rua da Palha terá luz”.

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