Ibope: Medo de errar faz eleitor decidir voto cada vez mais tarde

Com medo de "errar", o eleitor brasileiro decide seu voto cada vez mais tarde. A afirmação é da diretora de opinião do Ibope, Márcia Cavallari, para quem o eleitor também está mais "maduro" e "consciente" a cada nova eleição.

"Viradas sempre acontecem. O eleitor cada vez mais decide seu voto com convicção na reta final. Espera a campanha para ver se não aparece nenhum deslize, denúncia, se o candidato se sai bem nos debates. Ele quer votar certo. Pesquisas mostram as preferências, o que não quer dizer que nada vai ser mudado. É bastante comum ver ao longo da campanha candidatos que vão se alternando. As pessoas vão reavaliando suas posições em relação aos candidatos", disse em entrevista ao UOL News.

O mesmo eleitor, segundo a diretora do Ibope, tende a rejeitar uma campanha difamatória, com troca de acusações e quer ver respostas dos candidatos para problemas como segurança, educação e saúde. "Se a campanha for por entrar por este caminho será complicado. O eleitor está mais interessado em saber como problemas do país serão resolvidos. Ele rejeita veementemente campanha de denuncismo, acha que faz parte de um jogo denunciar um ao outro. Se focar nisso, a campanha perde seu conteúdo."

PMDB: "fiel da balança"

O PMDB, que ainda não decidiu se terá candidatura própria à Presidência poderá decidir, na opinião da diretora do Ibope, se a eleição terminará no primeiro ou no segundo turno, independente do candidato. "Um candidato do PMDB pode ser o fiel da balança em decidir se a eleição termina no primeiro turno ou não, seja Lula ou um tucano."

Para Cavallari, apesar de atualmente polarizada entre PT e PSDB, o cenário das eleições permite uma "terceira via", desde que consiga convencer o eleitorado de sua "consistência". "Espaço [para outra candidatura] sempre existe, desde que seja ocupado com consistência e coerência. O eleitor vem amadurecendo a cada eleição, votando de forma mais consciente. Não quer aventura e sim o desenvolvimento do país", afirmou.

Segundo ela, as pesquisas realizadas até agora servem mais de bússola aos próprios partidos do que para o eleitor. "Neste momento de pré-candidaturas, as pesquisas mostram mais o reconhecimento de candidatos do que uma intenção de voto fiel. Isso só vai acontecer quando tivermos candidatos definidos."

Fonte: Uol

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