Julgamento de Renildo é adiado e irmã dele desmaia no Tribunal

Elaine RodriguesMarleude dos Santos pede Justiça

Marleude dos Santos pede Justiça

O juiz José Braga Neto, da 9ª Vara Criminal, decidiu suspender o julgamento que estava marcado para esta tarde, dos acusados pelo assassinato brutal do vereador Renildo dos Santos, ocorrido há 13 anos, em Coqueiro Seco. O crime será julgado no dia 30 de maio, quando uma junta médica acompanhará o acusado de ser o mandante, o fazendeiro e advogado José Renato Oliveira e Silva.

No momento em que o juiz pronunciou a decisão, a irmã de Renildo, Marleude dos Santos, chorou, afirmou que via o fazendeiro todos os dias na cidade, com estado de saúde normal, e desmaiou antes de sair da sala do 3º Tribunal do Júri. Uma equipe médica do fórum a ajudou e ela saiu em uma cadeira de rodas, visivelmente abalada.

O julgamento estava marcado para as 13h, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, mas José Renato apresentou um atestado médico que impedia sua participação e foi examinado pela médica Rosa Lima, responsável pelo posto-médico do fórum, que o orientou a procurar um hospital, para ser melhor medicado. “Ele apresentava pressão alta e alteração cardíaca. Não posso dizer se estava dopado, mas estava disperso”, afirmou.

Advogados, o promotor Marcos Mousinho e o juiz acompanharam José Renato para o hospital Unimed, onde sua filha, que é médica, trabalha. Horas depois de exames, os médicos constataram que ele tem isquemia cerebral e o neurologista aconselhou que ele fosse internado na Santa Casa. “Estou determinando que a junta médica do poder judiciário avalie o caso dele. Caso se concretize a informação, não tem problema nenhum, mas caso seja comprovado fraude, o responsável será punido”, alertou o juiz José Braga Neto.

Outro motivo de atraso foi a falta de oito dos 21 jurados convocados para participar do julgamento. Com a falta de quorum, o juiz não poderia começar o sorteio dos sete que iriam compor o Conselho de Sentença e mandou que os faltosos fossem buscados por oficiais de Justiça.

Crime

O vereador Renildo dos Santos, homossexual assumido, foi assassinado em março de 1993, em Coqueiro Seco. Ele foi torturado, esquartejado e degolado. O corpo foi encontrado sem a cabeça e, dias depois do crime, sua cabeça foi encontrada às margens de um rio, no município pernambucano de Água Preta.

Na época em que o crime aconteceu, Renildo fazia oposição ao prefeito da cidade Tadeu Fragoso, filho de José Renato. Fragoso chegou a ir a júri por envolvimento no crime, mas foi absolvido.

Pelo crime, cinco pessoas foram indiciadas por homicídio qualificado, sendo que o crime não foi considerado hediondo porque ocorreu antes da lei, criada em 1994. Dos acusados, irão a julgamento, além do fazendeiro José Renato, estão o sargento da Polícia Militar Luiz Marcelo Pessoa Falcão e os soldados Paulo Jorge de Lima e Antônio Virgílio de Araújo. O outro acusado, o ex-soldado Valter da Silva, pode ter sido assassinado em 1996, como queima de arquivo na cidade de Xexéu, Pernambuco, mas a Justiça não tem o laudo que comprove sua morte.

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