Governador fala sobre resolução do TSE

A nova resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que endurece mais ainda a verticalização política nas coligações partidárias causou furor no cenário político desde ontem. Os dirigentes dos principais partidos foram pegos de surpresa e desde então estão analisando formas de manter o campo político em Alagoas, sem grandes alterações. Na manhã de hoje, o governador de Alagoas, Luis Abílio (PDT) confessou “que foi um dos pegos de surpresa e ainda está estudando a resolução do TSE, mas que possivelmente acarretará em mudanças e adiamento de convenções”.

Para Abílio, o “mal que vem para um vêm para todos”. “Não li o texto da resolução da integra. Soube da decisão do TSE durante o Governo no Interior. Ainda preciso sentar, ler e estudar a lei, mas eles endureceram mais as regras e as tornaram mais complexas, ainda não deu tempo de digerir todas as informações. De qualquer forma, eu não sou contrário a verticalização, mas sim contra a forma como ela está sendo imposta”.

O governador de Alagoas disse que o principal mal da resolução do TSE é obrigar a “mudança da fidelidade partidária”. “Para mim este é um principio que eu prego. Dentro deste contexto, os estados ficaram reféns das executivas nacionais dos partidos. Ficamos engessados a espera de decisões que estão lá em cima”.

Conforme a resolução do TSE, é possível que o candidato governista, o senador Teotônio Vilela (PSDB) venha a perder o PMDB de Renan Calheiros e o PDT, que é a base governista do Estado, inclusive o partido do governador. Desta forma, Vilela sairia obrigatoriamente do campo da situação.

Indagado sobre isto, Abílio diz que o campo político de Alagoas está definido, que tem conversado com Téo Vilela por telefone, mas que ainda não aprofundou as discussões sobre o que fazer daqui para frente. “Estávamos com convenções marcadas para o dia 25 de junho. É possível que seja adiado em função de replanejamento. Não quero fazer pré-julgamentos. A verticalização existe e temos agora que buscar nos adaptar. O problema é o que temos pouco tempo para isto”.

Abílio que – legalmente – ainda pode ser sacado como candidato, disse que esta hipótese é descartada pela base governista. “Não existe isto. É analisado o fato do Téo vir a perder o apoio do PMDB e do PDT, mas mesmo que eu saísse candidato, seria o PDT que perderia o PMDB e o PSDB. Há também um outro lado. Eu não vou sair candidato. É algo descartado”. Por tanto, os governistas tentam estudar hipóteses de manter a base que vem sendo anunciada desde que Téo assumiu sua candidatura.

O vice de Téo

Uma outra questão que é debatida entre a ala da situação é o vice de Téo, agora mais do que nunca. Caso o PMDB não possa indicar o vice, se volta a falar em “chapa pura dos tucanos”. No entanto, o principal nome do partido para isto – Célia Rocha – se desfiliou do partido. “Não sei se legalmente é possível um retorno da Célia, mas com certeza, diante deste embate ela seria uma opção. Ainda é muito confuso”. Abílio não acredita que o próprio TSE revogue a decisão, por esta razão, inaugurou uma corrida contra o tempo junto à base aliada para recompor a candidatura de Téo Vilela. “Pode haver um outro recurso que questione a decisão do Tribunal, mas não creio em revogação”.

“O problema não é só nosso. Afetou a todo mundo. É algo ruim que veio para todos. Acho que não vão surgir mais candidatos ao Governo do Estado por conta disto. O cenário político de Alagoas – volto a repetir – está definido. Agora, deve diminuir o número de candidatos para a Presidência da República, por conta da clausula de barreira e a permissão de junção nas bases eleitorais”, explicou Abílio.

A resolução

De acordo com a resolução do TSE, a única coligação que não se alterariam em Alagoas seria a união do Psol com o PSTU, por já seguir a mesma linha das executivas nacionais. No mais, nova regra do jogo mexe com todo o cenário de Alagoas. O PT pode perder o PV, por conta da oposição nacional entre os partidos. O PSDB nacional pode interferir na união entre PFL e PTB em Alagoas (leia-se Thomaz Nonô e João Lyra). Partidos pequenos como PSDC e PTN podem vir a serem extintos, por não atingirem cláusulas de barreira e por isso venham a coligar nacionalmente, acarretando em ausência de candidatos locais.

Uma outra questão que permeia o grupo de oposição é a situação do PMN, que nacionalmente pode querer coligar, dificultando a indicação do presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, Celso Luis como candidato a vice-governador de Alagoas, na chapa de João Lyra. As coligações devem ser decididas até o dia 30 deste mês. O deputado federal, Thomaz Nonô, viajou hoje para Brasília para entender melhor a resolução. Segundo ele, mudanças devem ocorrer em Alagoas, mas que continua candidato ao Senado Federal e que já abriu mão da possível reeleição a Câmara Federal.

Para o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello a decisão foi para que os estados da federação parassem de “fazer de conta que havia verticalização”, arquitetando alianças brancas, como é o caso de Alagoas. Ele foi o responsável por levantar a tese que resultou na decisão do TSE de que a verticalização implica que os partidos sem candidato à Presidência da República não poderão coligar–se nos estados com partidos em situação oposta

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