O que vale em política

Divaldo Suruagy desistiu de ser candidato a deputado federal na eleição deste ano, alegando não dispor de condições financeiras mínimas para desenvolver a campanha. E confirmou que, assim, encerra definitivamente a sua vida pública.

Planejou uma campanha simples, apenas com despesas de material gráfico e deslocamentos para visitas a amigos no interior do Estado. No total, algo em torno de R$ 500 mil, pelos seus cálculos.

Mas não conseguiu viabilizar esses recursos. Essa decisão tomada por Suruagy nos leva a uma série de considerações, a começar pelo fato de se tratar da maior liderança política da história de Alagoas, em todos os tempos.

A realidade pode não agradar a alguns, mas é incontestável: ao longo de 40 anos de vida pública, ele foi Secretário da Fazenda, prefeito de Maceió, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa, duas vezes deputado federal, senador e três vezes governador.

Pois, apesar desse invejável currículo político, Divaldo Suruagy se aposenta por não ter condições de conseguir R$ 500 mil para uma campanha. Pode ser muito, para muita gente, mas no mercado eleitoral é insuficiente para eleger um vereador em Maceió. E chega a ser insignificante se comparado com os R$ 4 milhões que se estima, este ano, como o mínimo para garantir um mandato de deputado federal.

Outro aspecto a considerar é que o exercício de tantos cargos públicos importantes não lhe trouxeram riqueza. Bem ao contrário de muitos neófitos em política. Teria sido ele um político perfeito? Certamente que não, até porque não nasceu ainda ser humano perfeito. Mas, considerando-se o chamado conjunto da obra, tem de ser reconhecido pelas suas virtudes.

Pior é constatar a indiferença daqueles políticos que fizeram carreira às custas de Divaldo Suruagy. Se quisessem, se uniriam e sem muito esforço poderiam proporcionar um mandato a quem tanto devem. Como não querem, optam pelo apoio aos correligionários de ocasião, em troca de apoio financeiro.

Que fique, para os mais novos, o exemplo de que na política não vale amizade, gratidão ou reconhecimento. Prevalecem, infelizmente, ambição, egoísmo e indiferença.

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