Israel diz que manterá ofensiva no Líbano; foguetes atingem Haifa

Forças israelenses realizaram novos ataques aéreos no Líbano e o Hizbollah lançou mais foguetes sobre Haifa –a terceira maior cidade israelense– neste domingo, apesar das exigências da ONU para que o conflito –que já matou quase 400– chegue ao fim.

O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, disse neste domingo que a ação militar, que já dura 12 dias, irá continuar para que membros do Hizbollah se afastem da fronteira com Israel.

"Nós daremos continuidade a esta operação, e o objetivo é criar uma situação na qual a negociação diplomática seja possível", afirmou Peretz.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, dará início a uma visita ao Oriente Médio neste domingo, para tentar mediar a crise. Os Estados Unidos culpam o Hizbollah e seus aliados, a Síria e o Irã, pelo atual conflito.

A crise teve início em 12 de julho, depois que o Hizbollah seqüestrou dois soldados israelenses. Ao menos 361 pessoas já morreram no Líbano e outras 37 em Israel.

Segundo o Exército israelense, o chefe das forças armadas, Dan Halutz, ainda não se decidiu sobre uma eventual ofensiva terrestre no Líbano.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou ontem que uma ação terrestre de Israel seria uma "escalada muito séria" no conflito.

De acordo com a rádio militar, mais tropas devem se deslocar para o sul do Líbano neste domingo, o que indica uma intensificação das ações por terra. Israel também convocou cerca de 3.000 soldados da reserva e enviou mais tropas e tanques à fronteira nos últimos dias.

Peretz disse que Israel aceitaria o envio de forças de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o sul do Líbano, para afastar o Hizbollah da fronteira.

Ele não informou um data para o destacamento das forças. Israel acredita que as forças de paz enviadas pela ONU ao sul do Líbano não conseguiram conter o agravamento do conflito na região.

Ataques

Aviões israelenses bombardearam alvos em Beirute e nas regiões sul e leste do Líbano neste domingo, matando ao menos cinco civis e ferindo outros 80 –em sua maioria na cidade de Tiro.

Dezenas de explosões foram ouvidas na capital do Líbano, enquanto aviões sobrevoavam os subúrbios de Beirute nas primeiras horas da manhã. Um ataque aéreo destruiu um templo xiita na cidade portuária de Sidon, no sul do país, ferindo quatro pessoas.

Bombardeios aéreos também destruíram três fábricas, uma casa e várias pontes na região do vale do Bekaa, matando ao menos um civil e ferindo outros sete. Outras duas pessoas morreram em uma operação em outra vila no sul do Líbano, segundo fontes da segurança.

Também neste domingo, aviões de Israel atingiram um microônibus que transportava libaneses de vilas na região da fronteira, matando três pessoas e ferindo outras 13. O veículo levava 16 moradores da vila de Tairi, que saíam da região pelas montanhas em direção a Tiro.

Haifa

Duas pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas neste domingo quando foguetes lançados pelo Hizbollah atingiram um prédio de apartamentos e veículos em Haifa, terceira maior cidade israelense, localizada 35 quilômetros ao sul da fronteira com o Líbano.

Segundo o Hizbollah, dois foguetes de curta distância de fabricação iraniana foram lançados contra Haifa. Mais de mil foguetes foram lançados pelo grupo terroristas contra Israel desde o início dos confrontos, matando 17 civis e fazendo com que quase metade da população do norte do país deixasse suas casas. Vinte soldados israelenses também morreram no conflito.

No Líbano, a crise obrigou cerca de 500 mil pessoas a deixarem suas casas. O Chipre se prepara para receber cerca de 10 mil estrangeiros que saíram do Líbano devido ao conflito.

Forças israelenses pediram que os moradores de dez vilas do sul do Líbano deixem a região a partir das 18h deste sábado (12h de Brasília), devido a ataques aéreos contra o Hizbollah.

Cerca de 14 embarcações lotadas de estrangeiros devem chegar aos portos de Larnaca e Limassol, no Chipre, nos próximos dias, em uma operação que envolve vários países.]

Brasileiros

Ontem, um comboio de dez ônibus que estava previsto para da região do vale do Bekaa, no Líbano, a 15 km da fronteira com a Síria, levando 405 brasileiros, sofreu um atraso de 48 horas e só deve deixar a região na manhã de segunda-feira (24).

O Itamaraty informou que o número total de brasileiros retirados de Beirute e levados até Adana desde o início dos esforços é de 330.

Na segunda-feira, o grupo deve seguir para Damasco, onde a Embaixada do Brasil na Síria já providenciou abrigo. Nove brasileiros já estão alojados no local.

Três ônibus levando 137 brasileiros deixaram Beirute às 9h da manhã deste sábado e já chegaram a Adana, na Turquia. Neste domingo, 70 pessoas devem deixar Beirute em um navio fretado com destino a Turquia e desembarcarão em um porto localizado a 45 km de Adana.

De lá, o grupo embarca no avião da FAB (Força Aérea Brasileira), que segundo o Itamaraty, já aterrissou em Adana. Neste sábado, o Itamaraty informou que serão quatro vôos — no domingo, na segunda-feira, na quarta-feira (26) e na quinta-feira (27). Segundo o ministério, a pausa na terça-feira é necessária, já que apenas dois aviões realizam o transporte dos brasileiros.

Fonte: Folha Online

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