Remoção de cadáver só depois da meia noite

Os dois rabecões do Instituto Médico Legal Estácio de Lima estão se dirigindo para as cidades de Ibateguara, na Zona da Mata, e Penedo, no Baixo São Francisco.

Agora há pouco o IML recebeu a informação de um homicídio no Mocambo, Tabuleiro do Martins. Como as duas viaturas devem levar, em circunstâncias normais, cerca de uma hora e meia para chegar até as cidades onde estão as vítimas e aproximadamente uma hora para que o pessoal do Instituto de Criminalística (IC) possa concluir os trabalhos técnicos e levando em conta que a viagem de volta demore a mesma uma hora e meia, o corpo que está no Mocambo só deve ser levado ao IML por volta da 1h desta quarta-feira.

O uso do rabecão foi um dos pontos destacados hoje, pelo médico legista José Kleber Tenório Magalhães, que assumiu nesta terça-feira, a diretoria do IML, substituindo Honório Pessoa de Mello.

O ex-diretor do IML entregou ontem sua carta de demissão ao governador Luis Abílio (PDT). O pedido ocorreu após o questionamento da Associação dos Magistrados Alagoanos (Almagis) sobre a falta de agilidade do órgão, cuja justificativa foi a falta de estrutura do instituto. Informação que desagradou a Cúpula da Segurança Pública no Estado.

Ao anunciar seu pedido de demissão, Arggeu afirmou que o IML é um lugar difícil de se trabalhar por causa da precariedade dos equipamentos.

Ao tomar posse, Kléber Tenório, que dirigiu o IML em 2000, na época do então secretário de segurança pública, Edmílson Miranda, defendeu a modernização do órgão e prometeu administrar em parceria com a cúpula da Defesa Social e disse que gerir o Instituto Médico Legal é uma tarefa relativamente fácil. O rabecão foi um dos itens citados no discurso de posse.

“Às vezes os nossos rabecões não dão conta da demanda de serviços, porque muitas vezes, as viaturas vão buscar corpos de casos clínicos. Com tantos deslocamentos, é normal que os carros apresentem mais problemas mecânicos. Acho que as secretarias municiais de saúde devem se responsabilizar pelo traslado dos seus moradores que não foram vítimas de violência. Por conta da reforma do IML de Arapiraca, estamos sobrecarregados aqui em Maceió e as prefeituras precisam entender isso e se tornar parceiras”, cobra o novo diretor.

Por tanto, o corpo de hoje vai ter que esperar pelo menos umas 5h até que o rabecão chegue. Mas os próximos mortos, que já não terão porque ter tanta pressa, receberão atendimento mais rápido. No caso das mortes no interior, mesmo após sua morte, a vítima deve fazer a última viagem… de ambulância.

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