“Não houve corrupção no governo FHC”, afirma Alckmin

Alagoas24HorasGeraldo Alckmin lança campanha em Alagoas, ao lado de Téo Vilela

Geraldo Alckmin lança campanha em Alagoas, ao lado de Téo Vilela

O ex-governador de São Paulo e candidato a Presidência da República, Geraldo Alckmin concedeu – na manhã de hoje – uma entrevista coletiva com a imprensa alagoana. Alckmin visitará a cidade de São José da Tapera, distante 208 quilômetros da capital alagoana, para fazer campanha junto com o senador licenciado e candidato ao governo de Alagoas, Teotonio Vilela (PSDB).

Na entrevista, Alckmin defendeu propostas de governo e fez comparações entre o mandato do atual presidente e candidato a reeleição Luis Inácio Lula da Silva (PT) e a Era FHC. Como conclusão, o tucano afirma: “Não houve corrupção no governado do Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Durante o mandato do Lula o poder foi corrompido dentro dos ministérios e ele não demitiu ninguém”.

A cidade de São José da Tapera, onde Alckmin vai estar dentro de instantes, já figurou como o lugar com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)do País. Foi lá que o presidente Fernando Henrique lançou o programa bolsa-alimentação. Os investimentos federais no governo tucano, com o apoio do governo Lessa mudaram o perfil do município. “Vamos continuar com o bolsa-família caso eu seja eleito, mas vamos aprofundar a questão da bolsa-educação, investindo nas famílias mais carentes, principalmente levando água, infra-estrutura, crédito e qualificação profissional. É preciso que o programa volte a suas origens”, destacou Alckmin, ao relembrar as ações do correligionário e ex-presidente FHC.

De acordo com Geraldo Alckmin, a carreata de campanha está passando por todos os locais e tentando atingir todas as classes sociais, com idéias e propostas para o que Alckmin chama de “agenda do crescimento”. “O País ficou estagnado. Não houve avanços. Precisamos acelerar. Esta vantagem percentual que o Lula tem nas classes mais pobres será tirada, quando começarmos a apresenta as propostas no guia eleitoral. Creio que vai haver o segundo turno. O eleitor vai querer levar as eleições para o tira-teima. Então, estamos com uma campanha de propostas, sem nos preocuparmos com os demais candidatos”.

Alckmin fez elogios ao ex-governo Ronaldo Lessa e a Alagoas. Disse que analisou as pesquisas locais que indicam a senadora e candidata Heloísa Helena (PSOL) em segundo lugar e ele em terceiro. “Há uma coisa positiva em Alagoas, o Serra demonstrou força aqui no Estado, nas campanhas presidenciais passadas. Ganhamos do Lula aqui. Agora, há este fato que é desvantajoso, pois Alagoas possui uma candidata da terra natal, que é a senadora. Mas, eu vejo eleições como um processo de convencimento. Elas começam quando o guia eleitoral levar os candidatos às classes sociais pelo rádio e televisão. As pesquisas são reflexos do passado. As propostas que apresentaremos a partir do dia 15 é que serão o futuro e que decidirá”, destacou.

Alagoas e Lula

“Já tive encontros bastante proveitosos aqui em Alagoas, principalmente com as lideranças do Estado, como é o caso do senador Teotônio Vilela, um homem que admiro muito. A campanha de fato começa na semana que vem, então aqui é um ponto inicial. Estamos começando. O povo vai comparar o que é dito e a discussão central é quem pode fazer mais pelo Brasil. Na minha visão houve um retrocesso, por conta de um governo ineficiente”.

Para Alckmin o governo Lula foi prejudicial para Alagoas, mesmo tendo – há pouco tempo atrás – o governador Ronaldo Lessa (PDT) como aliado. “Este Estado teve obras paralisadas por conta do atual governo. O Lula não deu continuidade ao Canal do Sertão, não investiu na ampliação da BR-101. Alagoas perdeu oportunidades, como o Brasil perdeu. O País não cresceu. Queremos pregar ética e gestão. Implantar uma agenda do crescimento”, sentenciou. “Como pode o governo Lula falar em transposição do São Francisco se não demonstra possuir recursos nem para finalizar com o Canal do Sertão”, complementa.

Congresso Nacional

O candidato tucano avaliou também a recente crise pela qual passa o Congresso Nacional. O opositor Lula defende o fim da imunidade parlamentar como início para resolução dos problemas. Para Alckmin, “a imunidade tem que existir”. “Veja bem, a imunidade é a arma do deputado para garantir seu direito de palavra. É essencial para o exercício da democracia. Concordo com Santo Agostinho, quando ele diz ‘prefiro os que me criticam porque me corrigem, aos que me adulam e por isto me corrompem’. O problema é que o presidente não leva ética a sério. Não impõe princípios éticos e fiscalização”.

“Tem que existir democracia e respeito entre os poderes. É fundamental. Um bom avanço para isto será a clausula de barreira. Eu pretendo – caso ganhe as eleições – realizar antes mesmo do Congresso Nacional reabrir uma reforma política para cobrar fidelidade partidária e voto distrital e logo em seguida, uma outra reforma essencial, que é a tributária”, disse.

Alianças do PSDB em Alagoas

Quando indagado sobre a aliança do PSDB com o PDT em Alagoas, já que o PDT possui candidato próprio, que é Cristóvão Buarque, Alckmin disse que é conseqüência do pluripartidarismo brasileiro. “O Estado respeita o seu regionalismo, que une pensamentos divergentes em torno da candidatura de Teotônio Vilela Filho, que é um projeto para Alagoas. O Téo fez uma aliança em torno dos interesses necessários para governar da melhor forma o Estado. Vejo isto com bastante tranqüilidade. É uma característica do nosso cenário”.

Ao falar da aliança branca alagoana, o ex-governador de São Paulo enalteceu o respeito que tem pelo candidato ao Senado, Ronaldo Lessa. “Quando ele esteve em São Paulo, o hospedei em minha casa e tenho o maior carinho pelo Lessa. Não vou analisar o seu governo porque não moro aqui. Não vivo a realidade de Alagoas, mas sei da índole destas pessoas que estão em torno do projeto para este Estado”.

Privatizações

Geraldo Alckmin também foi questionado sobre o processo de privatizações iniciados no governo Fernando Henrique Cardoso e que gerou críticas ferrenhas da oposição, inclusive com indícios de corrupções no processo das privatizações. “Não houve roubo. Todo o dinheiro foi utilizado para pagar dívidas. Todos os serviços privatizados melhoraram, inclusive a telefonia. Antes você declarava a linha telefônica no imposto de renda e era um sacrifício para conseguir. Hoje não. Agora, o que o governo Lula fez foi ‘partidarizar’ as agências reguladoras, gerando uma insegurança pública em torno dos serviços. Faltou investimentos em energia, por exemplo”.

Questionado se o PSDB – caso viesse a assumir a presidência novamente – daria continuidade ao processo de privatização, Alckmin disse que “não”. “Não pretendo fazer isto. Quero investir em parcerias com o setor privado como as público-privadas (PPP) e os convênios, como fizemos em São Paulo. Vamos com isto acelerar o desenvolvimento. Não se trata de vender o ativo do Estado, mas sim insistir em parcerias com este setor que pode contribuir para o crescimento. Entre estes planos de governo, está implantar um processo que resulte em um novo nordeste, com obras estruturantes e ajuste fiscal, que vai possibilitar mais investimentos com o dinheiro público. O Nordeste sofreu muito com perdas de investimentos neste último governo. Precisamos trazer o setor privado para dentro do Estado”.

Violência em São Paulo

Tema recorrente nos encontros com a imprensa, Alckmin voltou a falar da questão da violência em São Paulo. “São Paulo reduziu e muito seus índices de criminalidade e homicídios. Este ano o número de assassinatos deve cair 60%. Dobramos o número de presos e em contrapartida temos a maior população carcerária do país, o que nos fez investir em presídios e regimes de penas diferenciadas. Combatemos o crime de forma efetiva”, diz.

Quanto aos ataques do PCC, Alckmin coloca: “Pense comigo. Faz sentido o bandido roubar ou matar, onde a polícia está perto. O criminoso que é atuar com a segurança de que não vai ser morto ou pego. Se ele tiver certeza do risco de ser preso, ele não comete o delito. Estas ações criminosas acontecem porque os llíderes do tráfico em São Paulo perdem a comunicação. Então os bandidos atacam o Estado para jogar a opinião pública contra o governo. Temos que reagir a altura. O poder público não pode temer a ameaças”.

Como proposta para segurança pública do País, o candidato diz que “o crime está em todas as cidades grandes do Brasil, então a saída é investir mais no policiamento de fronteiras com a Polícia Federal e as Forças Armadas. As quadrilhas são de um local, mas agem também em outro e por estas fronteiras que entram as drogas e as armas. As questão não são limitadas apenas a uma unidade da federação. Vou criar um Ministério de Segurança subordinado diretamente a presidência. Liberar recursos do Fundo Penitenciário. O governo atual fez contingenciamento. Não pode. Um outro ponto é rever a nossa legislação penal, que é mole com o crime organizado e dura com o bandido comum”.

Alckmin encerrou a entrevista confiante na vitória e citou o exemplo das últimas eleições em São Paulo, quando perdia para o candidato Paulo Maluf e conseguiu reverter nas urnas. E disse que para alcançar a Presidência da República vai manter diálogo com todas as classes sociais, inclusive as menos favorecidas. “Quando fui eleito governador de São Paulo, eu ganhei em toda a periferia”, finalizou.

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