Abílio discute convênio para o Lifal com ministro da Sáude

Até o final de outubro, o Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas (Lifal) estará apto a operar com todas as boas práticas de fabricação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi isso o que motivou a audiência do governador de Alagoas, Luis Abílio, com o ministro da Saúde, Agenor Alvarez, nesta quarta-feira, para tratar do convênio que pode garantir a produção do imunosupressor tracolinus (medicamento importante para transplantados). A reunião foi realizada às 9h, em Brasília e contou com a presença do diretor-presidente do Lifal, Paulo Lima.

“Nós queremos que os laboratórios estatais sejam competitivos e funcionem como reguladores de preços no mercado. De nós, governador, o senhor tem todo apoio para ir em frente”, garantiu o ministro Agenor Alvarez a Abílio, na audiência.

“A receptividade do ministro ao pleito do governador Luis Abílio foi muito boa e acreditamos que a resposta será positiva”, ressaltou o diretor-presidente do Lifal, Paulo Lima, ao completar que o convênio é anual.

Para a produção do medicamento, o Lifal contará com a transferência total de tecnologia fornecida por um laboratório de São Paulo. O Lifal já possui certificado nacional para a produção de inúmeros medicamentos como psicotrópicos e retrovirais, mas nesse momento a linha de fabricação está paralisada por causa da greve.

Retorno

O governador Luis Abílio faz um apelo para que os funcionários em greve retornem às atividades, pois, segundo ele, o retorno ao trabalho é fundamental para que o convênio seja levado a efeito. “A linha de produção paralisada está inviabilizando o laboratório de cumprir compromissos e gerar receita, o que não é bom para ninguém e muito menos para os funcionários”, afirmou. Abílio confia no fim imediato da greve: “Estou acreditando que os funcionários retornarão às suas atividades para que possamos chegar a um entendimento e dar um salto de qualidade nesse esforço de inserir o Lifal no mercado de medicamentos sob o gerenciamento do Ministério da Saúde”.

Segundo ainda Paulo Lima, com essa certificação de boas práticas exigidas pela Anvisa, o Lifal se torna um dos laboratórios de ponta no país. A celebração do convênio – cuja discussão inicial se deu em abril último – trará, dentre as vantagens, a reversão da crise financeira por que passa o laboratório oficial de Alagoas. A produção anual desse medicamento deve girar em torno de 25 milhões de comprimidos.

O governo de Alagoas está buscando soluções para o Lifal. A celebração deste acordo, segundo o diretor do órgão, trará uma receita considerável para o laboratório, uma vez que o medicamento tacrolimus é oneroso e pode ser comercializado para o Ministério da Saúde. “Com o acordo, o órgão terá uma receita considerável e poderá viabilizar os custos fixos da empresa, a exemplo de folha de pessoal e encargos sociais”.

Paulo Lima disse ainda que a produção do Lifal poderá ainda abastecer os estados brasileiros com medicamentos de alta tecnologia e colocar o laboratório alagoano em posição de destaque no ranking nacional, em se comparando com os aproximadamente dez laboratórios oficiais do país.

E acrescenta que, com a celebração do convênio, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve economizar por ano, com a compra desses medicamentos, em torno de R$ 70 milhões. “Os estados poderão investir estes recursos em outras ações ou projetos de saúde. Vale ressaltar que uma das missões dos laboratórios oficiais é baixar os custos dos medicamentos. Os preços do Lifal, por exemplo, são 40% mais baixos que os praticados pelos laboratórios privados”, finalizou.

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