O procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, anunciou, agora há pouco, que pedirá a prisão em flagrante do deputado estadual cabo Luiz Pedro da Silva (PMN), acusado de formação de quadrilha, seqüestro e cárcere privado.
De acordo com os promotores do Ministério Público que investigam o caso, há cinco volumes, com provas bem fundamentadas, que mostram o envolvimento do deputado com o seqüestro de Carlos Roberto Rocha Santos, ocorrido no dia 12 de agosto de 2004.
“O crime aconteceu há dois anos atrás e o corpo não foi encontrado até hoje. Temos suspeitas de que ele esteja enterrado em São Luiz do Quitunde”. “Se o corpo for encontrado, o deputado vai responder também por homicídio”, explicou o procurador.
Até às 19h, Coaracy entregará o pedido para o desembargador Orlando Manso, relator do processo, que deve decidir sobre a prisão do deputado. “Ele pode ser processado e preso a qualquer momento”, garantiu o Coaracy Fonseca.
Investigação
Para esta tarde, estava marcado o depoimento de uma testemunha-chave do caso, mas o depoimento foi adiado porque ela sofreu um atentado no último sábado, dias depois que o procurador-geral denunciou o deputado na Justiça.
Luciano Vagner Rocha Lima foi baleado em União dos Palmares e está internado na Unidade de Emergência Armando Lages, com proteção policial especial. Segundo Coaracy Fonseca, o MP recomendará a Justiça que ele preste depoimento ainda no hospital.
“Nós vivemos um momento peculiar, em relação a crimes políticos, em todo o Brasil. Aqui atuam grupos de extermínio. No sábado, o atentado significa que a quadrilha continua ativa, atuando e seqüestrando”, afirmou Coaracy Fonseca.
A promotora Marluce Falcão disse ainda que cinco testemunhas estão protegidas no Serviço de Proteção a Testemunhas e que o maior indício contra o deputado são provas testemunhais, de pessoas que presenciaram os crimes.
“A prisão vai ajudar nas investigações porque as testemunhas estão com medo. A denúncia já foi encaminhada ao Tribunal de Justiça e o deputado será comunicado oficialmente para que faça a defesa”, finalizou o procurador.