Teotonio fala sobre o futuro governo de Alagoas

Alagoas24horasGovernador eleito terá reuniões com prefeitos e representantes do futebol

Governador eleito terá reuniões com prefeitos e representantes do futebol

O governador eleito de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB) conversou – na manhã de hoje – com a imprensa alagoana sobre o futuro governo de Alagoas. De acordo com Vilela, os projetos estão distantes do continuísmo e devem “aproveitar a base deixada pelo aliado e ex-governador Ronaldo Lessa”.

Durante a entrevista, Vilela destacou a independência de sua candidatura e o compromisso com o desenvolvimento do Estado. “Serei o governador de todos. Independente de partido, ou de terem votado ou não em mim. É importante agora governar para todas as pessoas de Alagoas. Não farei diferença. Agora, é claro que escutarei os aliados e conduzirei o governo com eles”, destacou o tucano.

Vilela disse ainda que o principal desafio agora é reverter os índices sociais do Estado. “Daremos o melhor para fazer um governo à altura da confiança que em nós foi depositada no dia 1° de outubro. Assumi muitos compromissos com o povo e agora é superar obstáculos pela qualidade de vida”. O governador eleito disse que há uma preocupação especial de sua equipe: geração de emprego e renda.

“Trabalharemos um tripé para o desenvolvimento: turismo, educação, indústria e agricultura. Este três pontos de pauta do meu programa terão atenção e investimentos concretos para impulsionar Alagoas. Desoneraremos indústria de pequenos e médio portes e buscaremos atrair grandes empresas para o Estado de Alagoas. Além disto, será investido na infra-estrutura para o crescimento do turismo”, explicou.

Estrutura de governo

O futuro governador disse que uma das primeiras ações será acabar com o sistema de células e secretarias coordenadoras implantado pelo ex-governador Ronaldo Lessa. De acordo com Téo Vilela, este já era um estudo do atual governo, mas que o governador Luis Abílio (PDT) resolveu não mexer no fim da gestão.

“O Lessa criou o sistema com a melhor das intenções e viu que não deu certo. Nós vamos reduzir o número de secretarias, mas não vamos demitir funcionários públicos e sim remanejá-los. Temos que enxugar a gordura e o Estado não pode dispensar um centavo arrecadado, nem gastar mal para que de fato se tenha desenvolvimento”, colocou.

Para iniciar este processo de transformação, Téo Vilela criou uma equipe de transição formada por Sérgio Moreira, Álvaro Machado (ex-secretário estadual de Saúde) e Fernanda Vilela. “Eu serei o porta-voz da equipe e ninguém fala por mim. Esta é uma preocupação para que quando assumir o governo, eu já comece trabalhando de fato. Promovendo estas mudanças”.

Outro ponto que Téo Vilela colocou é a garantia de diálogo com todos os municípios, inclusive com o prefeito Cícero Almeida (PTB), um dos principais nomes do grupo adversário, encabeçado pelo empresário João Lyra (PTB), que perdeu a disputa pelo governo estadual.

Assembléia Legislativa

Quanto à relação com a Assembléia Legislativa, o governador eleito não deixou de tocar em pontos polêmicos e anunciou que deve cortar gastos e – portanto – reduzir o duodécimo da Assembléia Legislativa, que atualmente é de R$ 9 milhões mensais. “Vamos cortar onde houver excessos. Não falo exclusivamente da Assembléia Legislativa. Agora, é um absurdo que um Estado pobre como o nosso gaste tanto com o Poder Legislativo. Não pode e nós vamos buscar um enxugamento”.

Para Viela, os atuais gastos com a Casa Tavares Bastos são “inconcebíveis”. “Não podemos admitir gordura na máquina. Temos que trabalhar unidos para beneficiar Alagoas. Espero que os deputados compreendam os projetos, porque é isto que vamos mostrar a todos, independente se oposição ou não, porque vamos partir para conquistar a maioria”, explicou o tucano.

No que diz respeito à relação com o chapão do PMN que – teoricamente – já assume como oposição, Vilela disse que é função do futuro governador trabalhar para conquistar maioria em torno de um projeto de desenvolvimento. “O que não se pode é ter unanimidade. Não quero isto. Quero ser criticado, tanto pela Assembléia Legislativa, quanto pela imprensa. Cito Santo Agostinho: ‘prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem’. É neste espírito que vamos governar Alagoas. Há desafios imensos e espero engajar a maioria no projeto”.

Téo Vilela falou também sobre a implantação de projetos para corrigir a desigualdade de renda em Alagoas. “É por conta desta desigualdade que não podemos desperdiçar nem tempo, nem dinheiro e vamos buscar parcerias como o Bird, por exemplo, para custear investimentos em saneamento básico e outras prioridades. Vamos respeitar cada gota de suor e dinheiro do contribuinte, cada centavo de cada alagoano, para avançarmos”, expôs.

O Senado

“Aproveito a oportunidade para mostrar para Alagoas, João Tenório (PSDB), que agora segue minha luta no Senado Federal, ao lado de Renan Calheiros (PMDB) e do eleito pela vontade popular Fernando Collor de Mello (PRTB), com quem não terei dificuldade de diálogo, apesar de ter apoiado Lessa e saber da contribuição que ele poderia ter dado no Senado. Lamento a derrota daquele que sempre esteve ao lado do nosso projeto e foi importante para a consolidação da vitória, mas tenho um respeito absoluto pelo Collor, que venceu pela vontade do povo e será tratado como um parceiro”, destacou Teotonio Vilela Filho, ao falar sobre a futura composição do Senado Federal, com a sua saída.

Secretariado

Téo Vilela colocou para a imprensa que sua equipe de secretários ainda não se encontra definida, mas que escolherá os nomes por dois critérios: “probidade e competência para a pasta indicada”. “Elegi-me sem assumir compromissos de entregar secretarias, sem estar ao lado de empreiteiras, nem firmando conchavos com ninguém. Orgulho-me disto, porque chego ao governo de forma livre, para apresentar à sociedade um projeto que terá sucesso. Claro que vou ouvir os aliados e governarei com eles”.

Vilela evitou responder se haverá espaço para Ronaldo Lessa em alguma das secretarias. “Ele esteve sempre presente conosco e é um importante parceiro deste projeto”, limitou-se. “Hoje à tarde estarei com Abílio já para apresentá-lo à minha equipe de transição. A partir daí já começaremos a trabalhar por Alagoas”.

Dívida Pública

Téo Vilela falou também sobre a dívida pública e disse que o primeiro passo será uma articulação com as unidades federativas que se encontram em situação semelhante ao Estado de Alagoas. “Já estamos construindo estes diálogos para que possamos alongar o perfil do pagamento e reduzir juros e o número de parcelas. Vamos lutar para reduzir para 11% o recolhimento em cima da receita líquida e buscar locais para atrair recursos, como já citei”, finalizou.

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