‘Deus vai me ajudar’, diz garçom demitido por equipe de Temer

 

Desligado do Palácio do Planalto, onde trabalhava como garçom há nove anos, José da Silva Catalão, de 52 anos, passou a fazer parte da estatística dos mais de 10 milhões de brasileiros que estão desempregados. Elogiado pelo ex-presidente Lula, na sua página oficial no Facebook, que o descreveu como um “funcionário exemplar”, José foi mandado embora pela equipe de Michel Temer – segundo ele, a notícia não foi dada pelo presidente em exercício. O homem diz que o motivo da demissão não foi informado, mas não acredita que tenha sido porque ele é apoiador de Lula e Dilma.

José recebia um salário líquido de R$ 3.870, segundo o Transparência Brasil. Como não era concursado, hoje corre atrás de um novo emprego.

– Tudo na vida é difícil, as coisas estão caras, mas Deus vai me ajudar, as portas vão se abrir. Tudo está difícil e tem que correr atrás. Estou indo lutar, o Brasil todo está. A crise não é só aqui não – disse José, que mora com a esposa e tem três filhos.

Desde 2007 servindo à Presidência, José já tinha esbarrado algumas vezes com Temer. No relacionamento, ele garante, era “tudo normal”. José, porém, não quis relevar o seu último voto para presidência:

– É confidencial, em quem eu votei, eu votei.

Nesta quarta-feira, recebeu uma ligação de Lula – com quem trabalhou de 2007 até o fim do mandato do presidente, em dezembro de 2010. Questionado se o ex-presidente lhe ofereceu algum emprego, José disse que “até agora não”. Em seu perfil oficial no Facebook, Lula descreveu a conversa dessa forma:

“Ô meu querido, liguei para prestar minha solidariedade, você sempre foi um funcionário exemplar, que alegrava muito o palácio. É uma pena que um governo provisório aja como um governo definitivo para demitir funcionários como você”, teria dito Lula na conversa, segundo a página.

Antes do serviço na Casa da Presidência – e antes mesmo do retorno à recente democracia -, em 1982, José era praça do Exército. Mas não voltou ao trabalho militar, disse ele por telefone. O ex-funcionário do Palácio do Planalto desligou a ligação como EXTRA para atender a um outro telefonema:

– Pode ser alguma notícia boa para mim, algum emprego, não é?

A assessoria de impresa do presidente em exercício foi procurada, mas ainda não respondeu.

Fonte: Extra

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