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A lei do desarmamento ajuda a quem?

No clima do massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, o Senado Federal discute um novo-e financeiramente dispendioso- plebiscito no País sobre o desarmamento da população. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que o plebiscito não sairia em menos de seis meses.
A onda da tragédia que varreu o Brasil- e marcou o mundo- mostra que a classe política sabe pensar em eleição, em meio aos escombros, e apontar para a criminalização da população- desesperada por respostas, em meio a emoção do instante.
Não foi diferente no caos das enchentes nas cidades alagoanas. O resultado- a atual e lerda reconstrução- é conhecido por todos.
A campanha é agora movida pelo senador Renan Calheiros (PMDB)- o mesmo que em 2003, em outro instante político- tentava convencer o país da necessidade da não fabricação de armas e munição. Não conseguiu.
Em 2007, na Operação Taturana, poucos hão de lembrar do arsenal apreendido na casa dos envolvidos no rombo milionário na Assembleia Legislativa.
Parte deste arsenal era autorizada pela Polícia Federal alagoana, em priscas eras anteriores a do delegado José Pinto de Luna. A cadeira da PF estava nas mãos dos… apaniguados federais, vastamente ramificados na bancada da bala na Assembleia Legislativa, hoje com seus novos (velhos?!) representantes na Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos.
Uma campanha para o desarmamento poderia envolver os aliados dos apaniguados federais espalhados na administração pública, ainda chamados de prefeitos, por cavalheirismo ou falta de um adjetivo melhor da nossa legislação.
Acintosamente, carregam não apenas seu arsenal particular, mas policiais civis e militares- os da banda podre- espalhando o tormento na mesma população chocada assistindo a crianças mortas na escola carioca, mostradas na televisão.
São eles rodeados pelo sentimento da vida e da morte. Não a Vida e Morte Severina, do João Cabral. Mas, o cinismo dos que se escoram nos… apaniguados federais para legislar em causa própria, cercados pelo medo ou a ignorância de uma Alagoas condenada desde a sua emancipação.
Uma escora eficiente aos apaniguados, em tempos eleitorais. É pela ameaça- e não apenas a compra de votos- que eles se elegem, perpertuam-se no Poder, driblam a lei com sucessivos mandatos nas prefeituras e criam seus herdeiros, com discursos caiados pela democracia nas bandas de Brasília e fechando a porteira no curral eleitoral.
A facilidade em se comprar uma arma na feira do Rato não acabaria com uma outra lei, proibindo a fabricação de armas ou munições.
Alagoas não produz o crack- a "borra" da cocaína. E, através dela- não unicamente- de cada 100 alagoanos mortos, 70 tem como causa direta ou indireta a droga. Ou as pedras de R$ 3,00 e R$ 5,00.
Arma sem registro é um tipo de crime. E porque o crime está nas mãos de parte da bancada federal, os homens da bala na Assembleia ou os prefeitos eivados pela covardia em suas funções públicas?
Porque para ser impune existem também os sofismas da lei. Neles, todos são iguais. Porém, há alguns mais iguais que os outros.

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