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Crônicas e Agudas por Walmar Brêda

Walmar Coelho Breda Junior é formado em odontologia pela Ufal, mas também é um observador atento do cotidiano. Em 2015 lançou o livro "Crônicas e Agudas" onde pôde registrar suas impressões sobre o mundo sob um olhar bem-humorado, sagaz e original. No blog do mesmo nome é possível conferir sua verve de escritor e sua visão interessante sobre o cotidiano.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Ah, se eu soubesse…

Estou relendo um livro que já havia lido há uns quinze anos, “Ah, Se Eu Soubesse…” de Richard Edler, cujo subtítulo “O que pessoas bem-sucedidas gostariam de ter sabido 25 anos atrás” já explica a proposta e o conteúdo do livro. 

Engraçado é que quando o li pela primeira vez, me coloquei no lugar do leitor, tentando absorver aqueles preciosos conselhos vindo de pessoas mais experientes e atentas aos ensinamentos que  os anos lhe proporcionaram; sendo que hoje, relendo-o, coloco-me pretensiosamente como um possível colaborador, pois certamente sou capaz de elencar um rol de coisas que gostaria de ter sabido há 25 anos. 

Dentre as dezenas de relatos, um me chamou atenção pela simplicidade, obviedade e sabedoria -não por coincidência o mais curto de todos. O apresentador de rádio e TV Dennis Prager usou apenas três palavras e dois sinais matemáticos para resumir uma das sensações mais comuns e nocivas que acometem a nós, seres-humanos: 

Infelicidade = Imagem – Realidade 

Prager acredita que somos infelizes quando temos uma imagem para nós mesmos que não podemos sustentar -por exemplo, uma alegria que não possuímos ou uma condição financeira que não é a nossa. 

Criar e conservar uma imagem que não corresponde ao que realmente somos, torna-nos infelizes -e quanto maior essa diferença, maior nossa infelicidade. 

Segundo ele, você só pode fazer duas coisas: modificar sua imagem ou a sua realidade -é claro  que alterar nossa imagem é bem mais fácil que modificar a realidade, que exige uma gama bem maior de variáveis que não dependem cem por cento de nós. 

Contudo, ao olharmos sob um olhar mais atento, percebemos que a grande maioria das pessoas age exatamente assim. Projetamos uma imagem idílica, sem nos preocuparmos inicialmente em transformarmos a realidade, até que a angústia vai aos poucos nos consumindo -está assim formulada a equação da infelicidade.  

O duro golpe da realidade nos atinge mortalmente na alma -melhor tentar viver condizente com o que de fato somos. 

Após analisar essa e outras, resolvi eu também listar quais seriam as minhas dicas, caso convidado fosse para um eventual livro semelhante. O que eu gostaria de ter sabido há 25 anos que só hoje aprendi? A lista seria enorme. Por exemplo: 

-Não percorra a estrada da vida em uma única linha reta e em grande velocidade -ela é larga o suficiente para fazermos zig-zags e providenciais paradas para nos abastecer. 

-Aproveitem seus filhos enquanto são pequenos, pois depois que  crescem a maioria fica um saco. 

-Não tem coisa mais prazerosa que uma boa noite de sono sem culpas.  -Dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele traz infelicidade -ache portanto o meio termo. 

-Faça uma poupança de saúde enquanto jovem.  Mais à frente você irá precisar sacá-la. 

-Estabeleça pequenas e grandes metas em sua vida, pessoais e profissionais, mas não torne-se escravo delas- deixe um espaço para as surpresas e oportunidades que a vida lhe proporcionará.

– Use a razão para pequenas decisões e seu coração para as grandes. 

-Cerque-se da família e bons amigos e cultive-os como uma horta. 

-Aceite sem frustração a desconstrução de vários mitos que alimentávamos  há 25 anos: nosso país não tem o melhor futebol, o Brasil não é o país do futuro, o socialismo definitivamente não funciona e  você jamais irá ganhar na Mega-Sena.  

Aprender algo após os erros, mesmo tardiamente, serve exatamente para isso: evitarmos que nós e sobretudo os mais novos, não os cometa novamente.

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