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Luis Vilar

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De quem é o morto? Qual a hora da morte?

Cuidado: em Alagoas não se pode mais morrer de forma violenta entre as 22 horas e 5 horas da madrugada. Existem algumas questões envolvendo cadáveres em Alagoas que precisam ser divulgadas e como cadáver por aqui – no atual estágio da segurança pública – não falta, então vamos lá. Primeiro ponto: os peritos – por não estarem recebendo adicional noturno – decidiram que não vão mais trabalhar no período citado acima. Logo, os corpos de morte violenta só serão colhidos quando o dia amanhecer.

No interior a situação ainda é pior. Os peritos só se deslocarão ao local do crime com escolta policial, já que não possuem porte de arma. O medo se dá pelo fato do carro do IML já ter sido alvejado por bandidos quanto tentou recolher um corpo em um dos municípios de Alagoas.

Sendo assim, a cena dos crimes que ocorrerem durante a madrugada serão compostas pelo cadáver e pelos policiais militares que terão que guardar a cena até o sol chegar. Com a viatura ocupada, vai diminuir o número de PMs nas ruas.

Há casos no interior em que se levou mais de um dia para recolher o cadáver. É possível até casos em que o morto cansado de esperar ressuscite. Não sei se há exagero por parte dos peritos ou não. Mas, vale lembrar que há uma lei que exclui o adicional noturno da categoria. Eles lutam pela inconstitucionalidade desta lei.

Segundo ponto envolvendo cadáveres: IML e Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) andam batendo cabeça.

Ao IML cabe apenas recolher e submeter à necropsia os casos de assassinatos e acidentes de trânsito. Ao SVO, por conseqüência, recolher os mortos por casos clínicos. No entanto, o SVO não está conseguindo realizar o trabalho a contento. Não por culpa do dirigente, mas sim pelo fato da estrutura não colaborar.

Há um carro, mas por algum motivo, ele não vai às ruas recolher cadáveres. Como se não bastasse à estrutura precária, o SVO ainda é desconhecido da grande maioria da população e inclusive de algumas autoridades da segurança pública, que continuam ligando para o IML.

Resultado: como o IML não tem lá uma grande estrutura também e sofre de problemas crônicos, se depara com uma sobrecarga sem tamanho. Os casos clínicos – por não serem prioridade do Instituto – acabam tendo que esperar que o famoso “rabecão” cuide das mortes violentas. O que acontece? Corpos que – muitas vezes – são recolhidos 24 horas depois. Para se ter idéia do problema, o ano passado o IML recolheu mais de 1.300 corpos de casos clínicos.

De acordo com o diretor do IML, Cléber Santana, isto acaba atrapalhando os processos investigativos. Em Alagoas, é preciso esclarecer tim tim por tim tim de quem é o morto.

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