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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

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Invisível até na morte: Carlos é o nome do morador de rua assassinado na madrugada desta quinta-feira (21) em Maceió

Um morador de rua foi assassinado a tiros na madrugada desta quinta-feira (21) próximo ao terminal de ônibus no bairro da Levada, em Maceió. Militares do 1º Batalhão de Polícia Militar (1ºBPM) foram chamados para a ocorrência.

Segundo o relatório do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), quando a polícia chegou ao local a vítima, conhecida apenas como “Caroço”, havia sido atingida por quatro disparos de arma de fogo, três no peito e um nas costas.

De acordo com a polícia, a vítima estava no chão, com muito sangue ao redor e coberto por um lençol, não havia testemunhas no local. Ele aparentava ter 30 anos, era de estatura mediana, tinha uma tatuagem de escorpião no braço esquerdo e vestia bermuda preta e camisa branca.

Equipes da Delegacia de Homicídios (DH), do Instituto de Criminalística (IC) e de Medicina Legal (IML) estiveram no local, fizeram a perícia e recolheram o corpo.

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Nenhum meio de comunicação citou o nome do morador de rua assassinado ontem: Carlos é o nome dele.

Às vezes a gente tem a impressão que até para morrer esse povo não é gente, e a gente precisa muito superar isso.

Roberto Da Matta (1982) diz que “o discurso sobre a violência é sempre um discurso escandaloso: seu poder de mobilização é tão grande que só se admite posicionamento contra ou a favor”.

As análises do seu significado são diversas, como diversas são as propostas para solucioná-las.

Alguns se manifestam pela necessidade de maior controle e policiamento, entendendo que a submissão e o medo da punição levarão as pessoas a se comportarem da maneira esperada.

Nesta visão, o reforço do policiamento levará à limpeza da sociedade no que se refere a elementos considerados indesejáveis e que maldosamente se infiltram nas camadas mais pobres da população.

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Outros, por sua vez, vêem a violência como denúncia que evidencia a falta de espaço de cidadania, propondo justiça social, e que se dê voz a quem está por baixo como busca da solução deste problema que temos instalado na sociedade.

O cotidiano das pessoas está de tal modo embebido em violência que já não se reage, apesar do senso comum conceber a violência como algo injusto.

Nesta visão, a violência não é uma necessidade, mas fruto do desequilíbrio entre fortes e fracos.

Nosso entendimento é de que o desafio imposto pela situação da  população de rua em Maceió, não é exclusividade do município nem do estado, mas pelo contrário, requer uma abordagem multidisciplinar que envolve essas duas frentes, a assistencial e a de segurança pública.

É um problema de assistência social.

É evidente que pessoas em situação de rua não têm como exercer os direitos mais elementares da cidadania.

É também um problema de segurança pública.

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Quando ocorre um crime contra uma pessoa em situação de rua, como este que aconteceu com o Carlos, é preciso uma resposta rápida e rigorosa do sistema de segurança pública, de investigação e intervenção da Justiça, para que não haja reincidência.

É o que penso!

 

 

 

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