Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.
Paola, Hérica, Dandara e agora Mary Montilla, pessoas de locais diferentes, características físicas diferentes, mas com algo em comum: serem vítimas da transfobia.
Paola, travesti morta a pauladas na cidade de Russas, Ceará.
Hérica, travesti espancada em um viaduto na Avenida José Bastos, em Fortaleza, Ceará.
Dandara, travesti espancada e morta no bairro do Bom Jardim, em Fortaleza, Ceará………………………
Mary Montilla perseguida ao sair de um bar em Palmeira dos Índios por dois indivíduos que a assassinaram a golpes de faca.
Os golpes atingiram a região do pescoço e a arma foi encontrada próximo ao corpo de Mary Montilla.
Esta é a 12ª vítima homossexual morta de maneira violenta em Alagoas, só em 2017.
Todos esses crimes com requintes de crueldade dão forma concreta e cotidiana a transfobia, ódio a pessoas transgêneros.
Essas mulheres em seus terríveis enredos nos contam uma história marcada pela morte e pelo preconceito.
De acordo com pesquisas recentes do grupo Transgender Europe, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Esse posto ainda não foi perdido e continuamos com esse título vergonhoso. Os assassinatos e episódios de violência contra essas pessoas têm seu fundamento nas construções de gênero que são naturalizadas em nosso cotidiano, nos noticiários e nos meios de comunicação. As piadas com travestis, as brincadeiras na escola, os tabus sobre o corpo criado também por uma cultura machista e a constante estigmatização do Estado que mata e violenta essas pessoas através da invisibilidade e da omissão da sociedade, são consequências não apenas de uma invisibilidade, mas também de um projeto de sociedade patriarcal.
As agressões e assassinatos citados também possuem algo em comum: a impunidade. Paola nem é mais citada em nenhuma discussão sobre a transfobia. Hérica ainda espera pela punição de seus agressores. Dandara, morta e exposta através de vídeo no Facebook, encontra em determinados comentários a culpabilização: “alguma coisa ela fez”…….e agora a Mary Montilla, mas vamos esperar que as autoridades de Alagoas solucionem este bárbaro crime.
Descanse em paz Mary Montilla.