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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

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MDMA: os perigosos encantos da droga que virou febre nas baladas. Mais uma droga para infernizar a vida das famílias!

O MDMA (também conhecido como “Michael Douglas, Madonna, Molly” ou apenas MD), é uma das drogas mais potentes e perigosas já desenvolvidas em laboratório, e vem se popularizando bastante entre os jovens frequentadores de baladas, shows, raves e festas universitárias.

Vendida por WhatsApp e com potentes efeitos estimulantes e alucinógenos, o “lança perfume da nova geração” se tornou um desafio para a polícia. Trata-se de uma espécie de versão melhorada do ecstasy, a denominada pílula do prazer, que perdeu bastante popularidade entre os jovens devido às misturas que os traficantes realizam na droga que provocam efeitos colaterais como vômitos e diarreias.

Considerado mais puro e eficiente do que o famoso ecstasy, o MDMA desembarcou no Brasil ha mais de dez anos, e foi se popularizando entre o público insatisfeito com os efeitos do ecstasy, se tornando o combustível sintético mais procurado entre os jovens e adultos de classe média alta. O uso disseminado fez a droga fabricada em laboratório ser apontada como o lança-perfume dos novos tempos, sendo um dos aditivos mais usados em blocos e bailes de Carnaval.

Virou também elemento da cultura pop, com citações em letras de música, sobretudo funk, além de menções em estampas de camisetas de marcas famosas.

Há riscos enormes no consumo do entorpecente, mas que são desprezados por grande parte dos usuários. O MDMA provoca distúrbios importantes no organismo e, em casos extremos, leva à morte por falência hepática, hipotermia ou parada cardíaca. A viagem lisérgica proporcionada pela droga se dá por um conjunto de reações químicas. “O MDMA atua sobre os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina. O primeiro deles, o mais afetado, controla as emoções e regula o domínio sensorial e a capacidade associativa do cérebro”, explica Zila van der Meer Sanchez Dutenhefner, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina. Em outras palavras: a substância provoca hipercomunicabilidade, sensibilidade exacerbada e alucinações visuais e auditivas, além de aumento da libido e da vontade de dançar.

Seu uso contínuo pode desregular os neurotransmissores, provocando baixa produção de serotonina, o que pode levar à depressão crônica.

A popularização da droga fez com que a demanda exigisse uma produção mais perto do cliente final. Se antes a substância chegava de países como Holanda e Bélgica, a partir deste ano os policiais começaram a descobrir laboratórios de MDMA em locais como Santa Catarina e Distrito Federal. Em uma das ações mais recentes, realizada em setembro, uma fábrica clandestina da droga foi estourada pela Polícia Civil do Paraná no meio do mato em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Foram necessários dois meses de campana no curso das investigações. Ao entrarem no local, os agentes depararam com 20 quilos de MDMA em estado bruto divididos em dois baldes e nove barris cheios de misturas químicas. “Só de nos aproximarmos, sentíamos náuseas e dor de cabeça devido à quantidade de substâncias tóxicas no lugar”, conta Rodrigo Brown, delegado do Centro de Operações Policiais Especiais.

Como no Brasil a fabricação e distribuição do MDMA ainda não são controladas por grandes facções criminosas (como o PCC, dono dos mercados de maconha e cocaína), o acesso ao produto se dá de forma muito mais amigável, devido a palavra traficante não existir no vocabulário dos usuários. Para efeito de consciência dessa turma, ainda que por vias bastante tortas, o fornecedor não é um criminoso, e sim alguém que frequenta seu mesmo círculo social. “Comprar MD não me faz sentir culpado porque sei que ele não mata nem paga propina a policial”, afirma o estudante W.P., de 20 anos. Ao contrário do que ocorre com a cocaína e a maconha, vendidas em locais que vão de favelas à entrada de grandes casas noturnas no Brasil, a comercialização do MDMA se dá no mundo digital, via aplicativo Whats­App. Quando o dealer é íntimo do cliente, os pedidos são feitos por mensagens diretas no Instagram e no Messenger.

O maior desafio da polícia hoje no combate às drogas sintéticas é identificá-las e classificá-­las como ilícitas. Não são raros os casos de pessoas pegas com produtos estranhos e suspeitos, mas que, em seguida, são liberadas pelo fato de o material não estar cadastrado na lista de itens controlados pela Anvisa. Nos últimos três anos, mais de 110 novas drogas foram descobertas no laboratório da Polícia Federal, em Brasília: “Basta modificar uma molécula que já se cria uma nova substância”, diz o perito Sérgio Cibreiros, um dos maiores experts no assunto no país. O problema não é só o surgimento constante de mais entorpecentes. Não há uma receita fixa para produzir o MDMA, por exemplo.

Pelo contrário, é possível chegar à droga por diversos caminhos e substâncias diferentes — muitas delas comercializadas legalmente pela indústria química brasileira.

De acordo com pesquisadores da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad), o aumento do consumo de drogas sintéticas tem sido um novo problema de saúde pública no Brasil e no exterior. Essa classe de drogas é composta por substâncias desenvolvidas a partir de alterações na estrutura molecular de substâncias previamente conhecidas e já proibidas, com o objetivo de burlar a lei, de modo que a sua comercialização possa ocorrer sem prescrições ou restrições legais. À luz da lei, essas substâncias ainda não são proscritas (proibidas), porém, sob o ponto de vista toxicológico, apresentam propriedades nocivas cujo impacto do consumo vem sendo estudado em vários países.

O consenso é que estamos diante de substâncias neurotóxicas, com alto poder de dependência e capazes de causar importantes danos à saúde física e psicossocial dos seus usuários.

A problemática que envolve a questão do tráfico de drogas se expande cada vez mais no meio social.

O país tem assistido a uma sucessão de crimes que têm em comum a utilização das drogas como causa predominante para a sua ocorrência.

Todos esses lamentáveis episódios esquentam a discussão da política de atendimento ao usuário de drogas, em especial nesse momento de intensa criminalidade e violência urbana, decorrente do narcotráfico.

A mercância e a distribuição das drogas existem para servir a uma necessidade de mercado, buscando suprir a demanda de consumo dos seus usuários. Estes consumidores específicos, chamados de dependentes psíquicos ou físicos movimentam um mercado cada vez mais crescente.

Nessa vertente, o tráfico de drogas está associado, em especial, com a lavagem de dinheiro. Há indicadores que apontam para lucros na ordem dos bilhões de dólares por ano, estamos começando a chegar na casa do trilhão de dólares, provenientes da mercância de drogas, a avaliar pelo padrão de vida dos chefões do tráfico, cercados de jóias, mansões e carros luxuosos.

O traficante, com sua organização criminosa, utiliza pesado armamento para controle do seu comércio e a defesa do seu bando. Ocorre que, no Brasil o comércio de armas é rigorosamente controlado pelo Estado, motivo pelo qual os traficantes adquirem armas em países vizinhos (Paraguai) entrando no Brasil ilegalmente, resultando em uma complexa rede de contrabando.

O Tráfico de armas é semelhante ao mercado das drogas, pois proporciona largos lucros. É uma organização criminosa longe de ser combatida pelo Estado, pois em algumas circunstâncias, agentes estatais lucram com o fornecimento clandestino de armas a agentes do narcotráfico.

Portanto, percebe-se que o mundo das drogas é um mercado de oferta e procura, uma vez que o viciado não tem como alimentar o seu vício sem a pessoa do traficante, em contrapartida, este não existe se não há o consumidor da droga.

Sem dúvida, há uma relação inversamente proporcional entre o consumo ilegal e o fornecimento, sendo que um não sobreviverá sem o outro.

Se há consumo, necessariamente ocorrerá o tráfico.

Salienta-se que o consumo as drogas ilícitas é um problema para a vida comum, observou-se que desde cedo as sociedades buscaram coibir tal prática, através da criminalização do uso, da produção, da guarda e do comércio de substâncias e produtos destinados a alterar o estado de normalidade das pessoas. Entretanto, ressalta-se que existe um rol de drogas chamadas lícitas, cujo consumo, produção e comercialização é regulado pelo Estado.

No tocante ao comércio ilegal de drogas pode-se perceber que há uma organização estruturada em todos os seus níveis e pautada por regras extremamente rígidas.

Nota-se que o tráfico está desenhado em forma de rede cuja sistemática emana de dentro para fora, ou seja, dos negócios maiores para os menores: produção, venda no atacado e distribuição para os consumidores de varejo.

Os traficantes exercem um poder de sedução associado com táticas de dominação pelo terror, devido a estar situado em locais onde as condições sociais da população são extremamente precárias. Nestes locais, o traficante age, oferece benesses aos moradores em troca de sua lealdade, e aquele que contraria seu interesse, mostra sua verdadeira face, por meio de violência.

O Estado está longe de concorrer ou de simplesmente contar com apoio de alguns setores do Poder Público, o tráfico de drogas deriva das características e contradições de todo o sistema na sociedade, especialmente aquela que tem o capitalismo como ideologia, com os hábitos da sociedade de consumo e com a violência histórica que sempre permeou a população nacional.

Pelo exposto acima, ouso afirmar que o melhor meio de combater as drogas e a violência é a prevenção, não existe outro caminhar que não seja o de prevenir com ações de conscientização, buscando assim evitar que adolescentes sofram danos cognitivos, físicos e sociais decorrentes do contato com drogas lícitas ou ilícitas.

Fica a dica!

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