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Crônicas e Agudas por Walmar Brêda

Walmar Coelho Breda Junior é formado em odontologia pela Ufal, mas também é um observador atento do cotidiano. Em 2015 lançou o livro "Crônicas e Agudas" onde pôde registrar suas impressões sobre o mundo sob um olhar bem-humorado, sagaz e original. No blog do mesmo nome é possível conferir sua verve de escritor e sua visão interessante sobre o cotidiano.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

O sarrafo

  Aproveitando o momento das Olimpíadas de Paris quando  somos inundados  por diversos tipos de esportes, ponho-me a refletir sobre dois em especial –na verdade, sobre um objeto comum tanto ao Salto com vara quanto ao Salto em altura: sim, estou falando do tal sarrafo. 

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Bem, para quem não sabe do que se trata, o sarrafo é aquela barra móvel colocada sobre as duas hastes verticais e que determinará a altura a ser vencida, com o propósito de saltar por cima dela. A escolha é feita pelo próprio atleta que irá demarcar a meta a ser alcançada, o obstáculo a ser superado —literalmente.
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Sim, e metaforicamente também, quando imaginamos que encontramos vários sarrafos nas mais diversas áreas e momentos de nossas vidas, sendo  boa parte deles colocados por nós mesmos.
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Portanto, devemos atentarmo-nos  ao ajuste vertical desses sarrafos, pois estarão ligados diretamente ao tipo de vida que queremos levar, sobretudo no quesito paz e felicidade.
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Um sarrafo baixo demais não é nada desafiador e geralmente não nos provoca desenvolvimento e crescimento pessoal —e claro que tudo isso está diretamente ligado a  uma vida gratificante e inspiradora.
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Mas basta errar um pouco a mão e, de forma presunçosa e inconsequente,  teremos um sarrafo a uma  altura que nos forçará a ter objetivos e metas bem acima do que deveríamos —ao menos se o que se pretende nessa vida é ser feliz
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Seja na gastronomia, na bebida, no lazer, na aparência, nas amizades, no conforto, na família, no dinheiro, no sucesso pessoal, na cultura e em tudo mais que se busque  alcançar durante nossa existência, se o sarrafo estiver muito alto, mais exigentes seremos e mais sujeitos estaremos à sucessivas frustrações —porque, meu caro amigo,  a vida não é assim tão fácil e não temos mesmo controle sobre tudo —a não ser às nossas escolhas e a altura do sarrafo é uma delas.
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Portanto, sugiro que o posicionemos  motivados não apenas pelo ego, nem pela acomodação covarde e muito menos pelo desejo de impressionar outrem, mas que sejam escolhas sensatas e coerentes, sobretudo proporcionais ao tamanho e capacidade das nossas pernas.

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