Blog

Luis Vilar

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Para onde vai a Carranca?

É só parar para pensar. A Operação Carranca desbaratinou quatro organizações criminososas que desviavam recursos federais, parte destes destinados a obras de infra-estrutura. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro público – para variar – virou carros de luxo, grandes mansões, lanchas entre outros bens. No entanto, não é crível que um esquema montado – como o anunciado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público – não conte com ajuda de pessoas do alto escalão das Prefeituras Municipais e do Governo Federal. Não há como agir sozinho…

Um bom exemplo disto é cruzar a lista dos 12 municípios envolvidos na Operação Carranca com as cidades da Operação Guabiru. Alguns se repetem. Será coincidência? É claro que não. Não se trata de pré-julgar. Claro que podem haver inocentes. Não faço parte do “coro público e desacreditado” que acha que todo político é ladrão. Há gente boa por aí. Porém, o que precisa é chegar aos cabeças do esquema. O MPF e a PF – aparentemente – prenderam peixe pequeno em um show pirotécnico que não deu muita explicação à imprensa.

Sob o argumento do segredo de Justiça, as informações foram passadas de forma truncada e longe da transparência. Se as prisões são justamente para evitar que os acusados sumissem com provas substânciais e necessárias ao inquérito, como é que o próprio MPF ou até mesmo a PF ainda admita a possibilidade de inocentes nas prisões que foram decretadas? Não consegiu entender esta questão. Foi uma das perguntas que fiz ao procurador da República, Rodrigo Tenório, que demonstrou competência e eficiência a frente da condução do inquérito.

Mas devo admitir que as duas perguntas que fiz na coletiva de Tenório ainda estão na minha cabeça. A primeira é a que citei acima. A segunda é: Será que não valia a pena cruzar informações da Carranca com a Guabiru? Afinal, tratam-se de desvios de verbas e diversas fraudes, além de crimes fiscais. Volto a frisar: basta olhar a lista de municípios. Alguns, volto a colocar, são os mesmos. Alagoas precisa de uma faxina ética, o que coloca em cena mais uma vez a discussão da intervenção federal.

Os poderes constituídos estão corrompidos onde menos se imagina. Conversas de bastidores, cochichos, e informações que circulam – infelizmente sem provas e por isto os nomes não podem vir à tona – no meio jornalístico apontam muitos dos que pousam de inocentes. Em Alagoas, como a história e as recentes operações da Polícia Federal tem comprovado, onde há fumaça, pode haver fogo. Quem tiver medo de se queimar numa dessas, que se quebre de podre. Transparência Já!

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos