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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

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Professor, profissão perigo

Violência de alunos contra docentes evidencia uma “cultura de agressão” e deixa docentes confusos quanto ao que podem fazer.

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Marcia Friggi, professora de língua portuguesa e literatura de Indaial, em Santa Catarina, ferimentos físicos causados por um aluno de 15 anos.

A escola onde Friggi foi agredida, na qual leciona há quatro anos dedica-se ao ensino de jovens e adultos.
“Somos agredidos verbalmente de forma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandono de muitos governos e da sociedade.

Somos reféns de alunos e de famílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada”, lamenta MárciaFriggi .

Pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou o Brasil como o país com o maior número de casos de violência contra professores. O estudo, chamado Talis (Teaching and Learning International Survey), foi baseado em um questionário internacional de larga escala que focava as condições de trabalho dos professores e da aprendizagem nas escolas, com o objetivo de formular políticas públicas a respeito do tema. Foram entrevistados mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio em 34 países.

A pesquisa revelou que 12,5% dos professores entrevistados no Brasil disseram serem vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana, ocupando a pior posição nessa área dentre todos os países pesquisados, que apresentam a média de 3,4%. Colados no Brasil estão a Estônia (11%) e a Austrália (9,7%). Coréia do Sul, Malásia e Romênia apresentaram índice zero de violência contra os professores. O Brasil, com sua cultura de tolerância zero, se transformou no campeão mundial em violência contra professores; a Coréia do Sul tem violência zero.

Por que somos tão diferentes?

Cada país tem sua história, é verdade, mas essa história não brota da terra como produto da natureza. Ela é construída pelas decisões de suas lideranças. Algumas são competentes e têm visão de futuro, outras não. Os resultados entre os vários países mostram as diferenças (os erros e acertos).

A pesquisa da OCDE ainda indicou que, apesar dos problemas, a grande maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o trabalho; eles são apoiados e reconhecidos pela instituição escolar assim como pela sociedade em geral. Com relação à satisfação dos professores brasileiros na carreira, apenas 12,6% acreditam que exista uma valorização da profissão pela sociedade. Nesse item estamos entre os dez últimos no ranking. A média global de satisfação dos professores é de 31%. A Eslováquia é a última: apenas 3,9% dos entrevistados acreditam serem respeitados pela sociedade, seguida de França e Suécia com 4,9%.

Os professores brasileiros recebem por mês, três vezes menos que a média total dos países da OCDE.

Entra governo e sai governo e os professores continuam mal pagos, maltratados, desestimulados e desesperançados.

Os donos do Brasil, invertendo a máxima de Pitágoras (grego, filósofo), preferem punir os adultos (sempre seletivamente) a educar as suas crianças.

O que é isso?  Falta de educação dos donos do país.

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Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.

 “Paulo Freire”

 

 

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