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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Ressocialização do apenado e a sociedade.

Uma forte cultura ainda permeia a sociedade de que “bandido bom é bandido morto”.

Mesmo que a mídia exponha frequentemente as graves violações aos direitos dos presos, poucos se sensibilizam e se indignam com a causa.

Os sentenciados às penas privativas de liberdade no Brasil desfrutam de pouca ou nenhuma preocupação da sociedade.

Quando a atenção se volta para eles, geralmente é de maneira negativa, fruto de algum caso de crime repercutido de maneira sensacionalista pela imprensa.

A sede de punição e vingança social é traduzida através de reivindicações por penas mais severas ou maiores.

Em sua obra “O Mal Estar da Civilização”, Freud explica que esse sentimento de vingança social decorre da necessidade que o homem sente de se limpar da própria culpa.

Com o objetivo de se estabelecer como um ser, moralmente superior, divide-se os humanos em bons ou maus.

Os criminosos, inclusos na segunda categoria, merecem toda a punição e pouco importa as condições pelas quais são submetidos.

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Esquecemos, dessa maneira, que somos todos humanamente iguais e independentes dos erros que cometemos, merecemos tratamento digno.

Esquecemos que nada é mais humano do que o crime.

Que todos estamos propensos a falhas e que mesmo que esse não seja um problema que não nos atinja diretamente, é de responsabilidade de todos nós.

Sobre a indiferença da sociedade quanto ao problema, vale citar uma lição de Berthold Brecht:

Primeiro levaram os negros.  Mas não me importei com isso, eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso, eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego também não me importei. Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.

É preciso ressaltar que as consequências de um sistema prisional ineficiente não se restringem só aos apenados mas à toda a sociedade. Via de regra, o máximo que alguém pode ficar preso hoje no Brasil, são 30 anos. Ou seja, uma hora o sentenciado que passou todos esses anos sob um regime que não fornece condições reais de ressocialização vai voltar.

E as chances dele voltar representando mais perigo do que quando foi preso são enormes.

 Dessa forma, podemos entender que as consequências negativas de um sistema que degrada e tortura, atinge muita mais gente do que apenas aqueles que estão atrás das grades. 

Nesse sentido, se mostra evidente que é interessante que toda a sociedade se envolva na ressocialização dos presos.

Fica a dica !!!!

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