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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

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Um aluno matou um professor em Águas Lindas de Goiás (GO). É possível prevenir a violência na escola?

Mais um caso de violência chocou a comunidade de Águas Lindas (GO) na tarde desta sexta-feira (30/08/2019).

Um aluno matou um professor, identificado como Bruno Pires de Oliveira, 41 anos, dentro da Escola Municipal Machado de Assis.

Advertido pelo educador, o jovem deixou o local e voltou com uma faca.

Familiares, amigos e a namorada do professor Bruno Pires de Oliveira , relatam que ele sofria ameaças no Colégio Estadual Machado de Assis (CEMA).

A violência que emerge no contexto educacional possui uma raiz complexa e variada. Podemos pensar desde a violência simbólica que, de acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu está associada a toda ação pedagógica, até a violência que surge dos conflitos na relação entre professor e alunos e da falta de um diálogo aberto e empático, no qual se compreenda o outro emocionalmente.

Dessa forma, a sala de aula, muitas vezes, mostra-se como um palco de casos de agressões verbais, intimidações ou mesmo violência física.

Nesse processo, alunos e educadores podem se sentir acuados, com medo e desestimulados. Simultaneamente, observa-se que existe a falta de oportunidades para que alunos e professores se manifestem, dialoguem, enfim, expressem suas emoções a respeito do que vivenciam em contexto escolar.

Estudo estatístico realizado em mais de 190 países pela UNICEF, em 2014, revela que mais de um em cada três alunos, com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos, passam regularmente por, pelo menos, uma experiência de bullying na escola.

Fato é que vivenciar a violência na escola, seja no papel de vítima, de agressor, e/ou de ambos, ou até mesmo de espectador pode acarretar danos psíquicos aos indivíduos, bem como dificuldades de inserção social e de aprendizagem.

Sabemos que a relação entre professor e alunos, assim como entre os alunos, pode se tornar conflituosa por inúmeros motivos, que surgem de variáveis presentes nas relações pessoais, familiares, culturais ou escolares.

No entanto, hoje já se sabe, igualmente, que há maneiras de se administrar esses conflitos, evitando que eles acabem gerando manifestações de violência.

A mais importante e comprovadamente eficaz delas é a promoção de uma Cultura de Paz nas escolas, que incentive o estabelecimento de um clima emocional adequado aos processos de ensino e aprendizagem.

Nessa direção, Juan Casassus, sociólogo chileno, dirigiu uma pesquisa realizada pela UNESCO em 14 países da América Latina, envolvendo 54 mil educandos, cujos resultados comprovam que a educação emocional é a variável mais importante para a melhoria dos índices de aprendizagem.

Verificou-se, por exemplo, que o desempenho dos alunos chegou a superar 36% da nota média das provas de Linguagem e 46% de Matemática.

Nesse cenário, faz-se importante e urgente uma metodologia de Educação Emocional e Social que promova a administração de conflitos.

A identificação e expressão das emoções dos alunos e professores, para o diálogo e para a aprendizagem e prática de competências sócio emocionais, é, sem dúvida, um caminho seguro para transformar relações, tornando-as mais harmoniosas e, consequentemente, prevenindo a ocorrência de atos violentos, sejam eles físicos ou psicológicos, em contexto escolar.

Fica a dica!

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