Brasil

Pastor evangélico é preso ao furar banheiros químicos para espiar mulheres

Peterson William Fontes é bispo de igreja em Vicente Pires, no DF. Religioso vai usar tornozeleira eletrônica.

Instagram/divulgação

Peterson William Fontes é bispo do Ministério Atraindo as Nações ao Altar de Deus, em Vicente Pires.

O homem preso ao ser flagrado furando banheiros químicos para espiar mulheres é pastor evangélico. Peterson William Fontes, de 41 anos, é bispo do Ministério Atraindo as Nações ao Altar de Deus, em Vicente Pires, no Distrito Federal.

O religioso foi detido no domingo (14), após denúncias de testemunhas que passavam pelo Parque da Cidade. Ele carregava uma serra manual, uma faca grande, um maçarico e um tubo de combustível.

De acordo a Polícia Civil, além da tentativa de espionar mulheres, Fontes tentou forçar a porta de um banheiro químico ocupado por uma mulher. O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia.

Tornozeleira eletrônica

Fontes vai responder em liberdade pelos crimes de importunação sexual e dano. Juntas, as penas podem chegar a cinco anos e meio de prisão.

Polícia Militar/Divulgação

Banheiros químicos perfurados por homem detido no Parque da Cidade, em Brasília

Na tarde desta terça-feira (16), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou que o pastor seja monitorado por uma tornozeleira eletrônica por 90 dias. Além disso, ele não poderá sair do DF sem autorização judicial.

G1 tentou contato com a igreja na qual o pastor congrega, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem. O Ministério Atraindo as Nações ao Altar de Deus de Guarulhos (SP) informou por e-mail que a unidade em Brasília “embora utilize o mesmo nome, é uma igreja totalmente independente ao da sede”, disse prezar “pela ética e moral” e prometeu tomar “as decisões cabíveis”.

Pena mais rígida

A lei que tipifica crimes de importunação sexual entrou em vigor em 24 de setembro. Só nos primeiros 15 dias de vigência, o Distrito Federal registrou cinco crimes com essa denominação.

Antes, a importunação ofensiva ao pudor era apenas uma “contravenção”, ou seja, um crime de menor potencial ofensivo. Com isso, a única pena prevista era de multa. Agora, o crime prevê penas de 1 a 5 anos de prisão, e e é inafiançável.

O texto também aumentou as penas nos casos de estupro coletivo, quando cometido por duas ou mais pessoas. Divulgação de imagens de estupro, cenas de nudez, sexo ou pornografia, sem o consentimento da vítima, também é passível de detenção.