Saúde

Santa Casa de Maceió amplia uso de “stents” farmacológicos no SUS

Apesar de mais caros, “stents” farmacológicos possuem melhor eficácia em situações especiais

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Seta indica obstrução na imagem A e, após o “stent”, sua desobstrução na imagem B

As doenças cardiovasculares (especialmente os infartos e as anginas) são a segunda causa de morte no País, perdendo apenas para as doenças cérebro-vasculares (o acidente vascular encefálico ou cerebral (AVC), que a população conhece como derrame cerebral).

Conforme explica o cardiologista intervencionista e hemodinamicista Leilton Luna, o padrão ouro no tratamento de doenças cardiovasculares é o implante de “stents” coronarianos em vasos sanguíneos obstruídos. Eles são famosos pela sua aparência, semelhante a pequenas “molas” que o especialista coloca nas artérias do coração (figura) para desobstruir as placas de gordura.

O problema é que até 2014, segundo Leilton Luna, os “stents” estavam disponíveis no Brasil apenas para usuários de planos de saúde. Neste mesmo ano uma portaria do Ministério da Saúde tornou pública a disponibilidade dos stents também no âmbito do SUS.

A partir daí, a Santa Casa de Maceió iniciou um trabalho extensivo de implante de “stents” em pacientes SUS, sendo pioneira neste sentido no Sistema Único de Saúde em Alagoas.

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O stent é uma malha que, levada ao local obstruído, se expande

O médico Leiton Luna, coordenador e diretor técnico do Laboratório de Hemodinâmica da Santa Casa de Maceió, lamenta a limitação no número de implantes pelo SUS, que impede o acesso por uma parcela maior da população.

“Precisamos de uma política mais ostensiva por parte dos órgãos gestores da saúde, especialmente voltada para esta tecnologia”, comentou Leilton, frisando: “Fomos pioneiros no implante de stent farmacológico no SUS em Alagoas e gostaríamos de ampliar a oferta, já que a demanda é cada vez maior em virtude do envelhecimento da população, da alta complexidade de apresentação das doenças cardiovasculares e da alta incidência de diabetes, fator de extrema importância e que torna obrigatório o uso dessas próteses”, disse Luna.

Ele destacou ainda a parceria com a Secretaria de Estados da Saúde, que viabiliza a aquisição dos “stents” para os pacientes da Santa Casa de Maceió.