Saúde

“Mochilas com mais de 10% do peso da criança são prejudiciais”, diz ortopedista

Uso excessivo de smartphones, computadores e videogames também pode afetar coluna no futuro

Ascom Santa Casa

Ortopedista Raimundo Araújo, presidente da regional Alagoas da SBOT

Na semana em que estudantes de todo o país retornam às aulas, um velho inimigo da coluna vertebral volta à cena: as bolsas escolares com excesso de peso.
O ortopedista Raimundo de Araújo Filho, presidente regional em Alagoas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), lembra que a entidade lançou esta semana uma campanha nacional para alertar os pais sobre os riscos que correm a coluna vertebral de crianças e adolescentes.
“Elas não devem carregar mochilas com mais de 10% do seu peso corporal”, enfatiza o especialista, que atua também na Santa Casa de Maceió.
Seguindo o parâmetro da Sbot, uma criança de sete anos, com peso em torno de 20 a 22 quilos, por exemplo, estará forçando sua coluna se levar nas costas uma mochila com mais de dois quilos.
Neste momento de volta à rotina escolar, o papel dos pais é justamente ajudar na preparação da mochila para que ela não fique com peso excessivo, descartando objetos não relacionados com a rotina de aulas e aprendizado.
Na lista de “descarte” estão brinquedos, materiais escolares (não usuais em sala de aula) e principalmente cadernos e livros de disciplinas ministradas em outros dias da semana.
Há um hábito muito comum de transformar a bolsa numa espécie de depósito ambulante, onde ficam todos os cadernos e livros de todos os dias de semana. A soma de tudo isso, além de equipamentos como celular, tablet, carregador e fone de ouvido, torna o peso da bolsa prejudicial à postura de crianças, adolescentes e até mesmo jovens.
O alerta dos ortopedistas cabe neste momento porque se uma criança carrega sempre uma mochila pesada demais, as consequências podem não aparecer de forma imediata, mas terão efeitos no longo prazo.
O excesso de peso muda a postura: a criança tende a caminhar um pouco curvada, os músculos do peito se encurtam, ficando os das costas mais fracos, e levando, no futuro, ao surgimento de escoliose. Essa patologia é o encurvamento anormal da coluna vertebral, que provoca dor lombar e nas costas, afetando a qualidade de vida.