Maceió

Sem Terra realizam reunião com o governador de Alagoas na manhã de hoje

Audiência com o governador do estado Renan Filho (MDB) está marcada para às 11 horas desta terça-feira no Palácio do Governo, em Maceió

 

Gustavo Marinho/MST

Gustavo Marinho/MST

Mobilizados desde o último domingo (14), os cerca de três mil camponeses e camponesas de todo o estado pautam na manhã de hoje (16), uma série de demandas em reunião com o governador Renan Filho (MDB), durante reunião no Palácio do Governo, marcada para às 11 horas, com a presença de secretários e de representações dos movimentos de luta pela terra de Alagoas.

Os Sem Terra voltam a apresentar demandas já conhecidas pelo Poder Público Estadual, que vão desde reivindicações de infraestruturas sociais e produtivas para as áreas de acampamento e assentamento da Reforma Agrária, até a negociação em torno da criação de uma política estadual de fomento e fortalecimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária no estado de Alagoas, como também a exigência da destinação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para o assentamento das famílias que hoje vivem acampadas no estado.

De acordo com Josival Oliveira, do MLST, a expectativa das organizações é poder retomar o processo de discussão que os movimentos já iniciaram com o governo há cerca de um ano atrás.

“Queremos poder com essa retomada, avaliar e debater as potencialidades das terras da antiga Usina Laginha, pertencente a massa falida do Grupo João Lyra, com todas as suas potencialidades, seja destinada aos agricultores e agricultoras”, comentou.

Segundo Josival, as terras que antes somente eram tomadas pela cana-de-açúcar, devem ser modelo de uma nova proposta para o campo alagoano. “Precisamos praticar nessas terras uma proposta de desenvolvimento político, social, produtivo e cultural, gerando sociabilidade e economia para os trabalhadores e, consequentemente, para toda a região”, explicou.

“Se sairmos dessa reunião hoje com um aceno positivo e um espaço em que a gente possa perceber e enxergar que depois de um tempo vão existir desdobramentos práticos para esse tema que hoje é um dos focos da resistência camponesa em Alagoas, será de muito proveito”.

Jornada em Alagoas

Em Marcha desde segunda-feira (15), os Sem Terra organizados na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento de Luta pela Terra (MLT), no Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e no MST, realizaram pela manhã um ato em defesa da Universidade Pública, onde reafirmaram a posição dos movimentos de luta pela terra na defesa do papel de uma Universidade voltada para as demandas do povo.

O ato contou com a presença da Reitora da Universidade Federal de Alagoas, Valéria Correia, que destacou o compromisso e a responsabilidade da gestão da Universidade com o povo alagoano.

“A Universidade Federal de Alagoas, como Universidade Pública, abre suas portas aos Movimentos de Luta pela Terra e se coloca ombro à ombro na defesa da justiça, do direito à terra, moradia, educação pública e de qualidade”, afirmou a Reitora.

Já no período da tarde, os camponeses e camponesas ocuparam a sede da empresa Equatorial Energia, empresa que comprou a antiga Eletrobrás, onde denunciaram as privatizações, dialogando com a sociedade sobre a necessidade de defender as riquezas do país.

A mobilização integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária que acontece em todo o país durante o mês de abril, em memória aos Sem Terra assassinados em Eldorado dos Carajás, no Massacre há 23 anos, que deixou 21 militantes do MST mortos na Curva do S, no estado do Pará.