Polícia

Policiais são acusados de chicotear jovem esquizofrênico

Marcas da agressão em jovem com esquizofrenia no Chapadão — Foto: Reprodução/TV Globo

Um morador do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, denuncia que policiais militares do 41º BPM (Irajá) agrediram o irmão dentro de casa. Ele afirma que PMs chegaram a chicotear o rapaz.

O caso foi registrado na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

O incidente, diz o morador, aconteceu há uma semana. “Estava tendo operação. Aí a polícia foi perguntar aos moradores e começou a entrar nas casas”, narra.

“Encontraram o meu irmão deitado, dormindo. Acordaram ele com um tapa”, lembra.

Depois do tapa, segundo o morador, começou uma sessão de tortura. Os policiais queriam saber se bandidos passaram pela casa. Mas a vítima não conseguia falar porque tem esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico.

“Eles pegaram meu irmão e começaram a chicotear ele. Botaram sentado no quarto e começaram a chicotear ele”, destaca.
Segundo o morador, a intenção dos PMs era enforcar o rapaz com um fio. “Não chegaram a botar no pescoço dele e começaram a chicotear”, detalha.

Ele ainda diz que a polícia destruiu a casa. “Jogaram as minhas coisas todas para o alto. Quebraram a casa toda, até o muro”, afirma.

“Eles falaram que queriam acessar a mata atrás para ver se os bandidos tinham fugido, e eu falei com eles que não tinha como, porque eles iam ter que pular o muro”, cita.

O homem procurou um PM que estava na operação e pediu explicações. “Eles falaram que iam reaver os prejuízos. Pegaram o meu contato, pediram o meu número.”

A família tem medo de represálias e, por isso, abandonou a casa onde morava. Os dois irmãos não pensam em voltar.

A vítima foi medicada e está se recuperando.

“A gente só fica triste mesmo. Quem poderia estar nos defendendo, quem poderia estar nos protegendo… é o causador disso tudo. Acho que nem se fosse bandido”, afirma o morador.
Em nota, a Polícia Militar disse que a Corregedoria da corporação está ciente da denúncia e já está apurando as circunstâncias do caso.