Maceió

Conceito Lixo Zero é discutido durante encontro em Maceió

Maceió Lixo Zero são práticas para uma cidade mais sustentável.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió

Mobilizar a capital alagoana para conscientizar sobre o aproveitamento dos resíduos recicláveis e orgânicos e a redução do encaminhamento destes materiais para aterros sanitários. Foi com esse objetivo que a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) e o Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) realizaram o I Encontro Maceió Lixo Zero nesta quarta-feira (11). A iniciativa reuniu várias entidades para apresentação de boas práticas que podem ser adotadas em Maceió.

O ILZB desenvolve ações nas principais capitais do país com foco no desenvolvimento sustentável e agora chega a Maceió. O superintendente de Desenvolvimento Sustentável, Gustavo Acioli Torres, que apresentou no encontro o novo Código Municipal de Limpeza Urbana, ressaltou que a discussão chega para somar às ações executadas pelo Município, como o documento, sancionado recentemente pelo prefeito Rui Palmeira, Ponto de Entrega Voluntária de Resíduos Recicláveis (PEVs) e a Coleta Seletiva.

“O encontro foi para conhecer as práticas que o Instituto desenvolveu em Florianópolis que podem ser implantadas em nossa capital. Reunimos vários atores de Maceió para que possamos continuar fomentando políticas públicas e atingir as metas do Lixo Zero, que é objetivo hoje de toda cidade grande. Estamos aqui para unir forças dos movimentos que trabalham para esse fim e consiga envolver toda sociedade de forma efetiva”, pontuou o titular da Sudes.

A atuação do Instituto Lixo Zero Brasil foi apresentada pelo diretor do ILZB, Matheus Peçanha. “A nossa metodologia é para proporcionar uma mudança de visão da sociedade sobre o resíduos sólidos através de boas práticas. A gente trouxe aqui as melhores práticas para resíduos sólidos, seja redução, reuso, compostagem, reciclagem, limpeza de praia e as próprias políticas públicas. É importante falar sobre isso com vários setores da sociedade para cada um fazer a sua parte e, assim, possam impactar na sociedade”, disse Peçanha.

A organização representa nacionalmente a Zero Waste International Alliance (ZWIA), movimento internacional de organizações que desenvolvem o conceito e princípios Lixo Zero no mundo. Durante o encontro, foram discutidos ações e projetos para implantação na capital alagoana nos próximos meses, a exemplo da Semana Lixo Zero.

Igor Araújo é surfista e coordenador de projetos sociais do coletivo Praia Limpa, que trabalha com educação ambiental e ações na orla marítima e lagunar de Maceió. Ele comemorou a realização do encontro. “Foi fundamental para reconhecimento de práticas, para que a gente possa estar inserido nessa rede. Há um anseio muito grande da população por resultado de mudança. Nada melhor do que a Prefeitura está articulando com várias instituições e a sociedade civil. A gente espera que tenha uma agenda com encontros periódicos”, destacou.

Ana Letícia, estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), saiu satisfeita em participar das discussões e avaliou positivamente a iniciativa. “Acredito que esse é o primeiro passo para um movimento muito importante aqui em Maceió, porque uma cidade de um milhão de habitantes não pode ignorar a geração de lixo. O primeiro passo para reverter a situação atual é investir na não geração de lixo, que é isso o que o movimento propõe. Enxergo como benéfica essa iniciativa e esperamos que isso sirva para construção de algo maior, como a criação de fóruns, como aconteceu em Santa Catarina e Florianópolis”, observou.

Coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Ufal, Nélia Calado reconhece que a participação da universidade no processo de conscientização é fundamental. “Estamos formando pessoas sensibilizadas e que têm vontade de mudar a realidade que temos hoje. Podemos evoluir mais se a gente conseguir atingir a massa da população com um tratamento contínuo da mudança de cultura da não geração de lixo, sem transferir a responsabilidade para o outro. Não é só uma responsabilidade da prefeitura ou do governo, mas uma questão íntima de cada um. Precisamos mudar a cabeça das pessoas para que elas se sintam mais comprometidas e responsáveis por essa mudança, que vai melhorar a qualidade de vida”, frisou.

Participaram do encontro representantes do poder público e da comunidade, a exemplo das cooperativas de catadores, as ONGs Instituto Biota e Manda Ver, o Coletivo Praia Limpa, representantes do Instituto de Meio Ambiente (IMA) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet), além de estudantes e coordenadores de cursos das áreas ambientais da Ufal, Unit e Cesmac.