O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou novas imagens que podem esclarecer a origem das manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste desde o mês de outubro. As informações obtidas pela Ufal foram encaminhadas à comissão do Senado Federal que investiga o caso e podem indicar um culpado pelo derramamento do químico.
De acordo com o novo relatório divulgado neste domingo (17), o satélite Sentinel-1A mostra imagens de uma mancha de óleo de grande proporção a 26 km de distância do litoral do Estado da Paraíba.
As imagens mostram ainda que a mancha tem cerca de 25 km de extensão e 400 m de largura. O Lapis informou ainda que este tamanho pode ser maior e talvez não tenha sido captado completamente pelo satélite.
O Lapis desmentiu o que foi divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente de que navios gregos – entre eles o Bouboulina – contendo petróleo venezuelano são os responsáveis pelo desastre ambiental, mas que a mancha pode ter sido derramada por outro navio.
Novo suspeito
A Ufal não revelou qual foi o navio que pode ter sido o responsável pela mancha no litoral nordestino, mas encaminhou que encontrou um veículo foi detectado no radar e que esta mesma embarcação tem o dobro do tamanho do Bouboulina e que não emitiu todas as informações ao sistema Automatic Indentification Sytem (AIS), que monitora os navios em viagens internacionais.
O Lapis detectou a presença desta embarcação que teve um itinerário controverso entre os dias 1º de julho a 13 de agosto. Na imagem abaixo é possível ver comparações sobre os trajetos da embarcação que manteve seu transponder desligado, o que é considerado um crime internacional. Este navio, entretanto, emitiu apenas a informação de que saiu da Ásia e teve uma parada na Guiana, na América do Sul.
O laboratório explicou ainda que o navio se aproximou durante sua viagem de diversos pontos que tornam a viagem incomum como o nordeste dos Estadus Unidos e também por Serra Leoa, na África, somente depois retornando para a Ásia. O navio não atracou em nenhum desses locais.
O Lapis revelou que este navio ainda segue em rota – agora aparentemente normal – com destino a Singapura e com seu transponder ligado.