Maria Cristina contou que cresceu na Brasilândia, na zona norte, onde a muvuca de bailes funks a incomodava bastante. Sobre a ação policial, porém, acredita que poderia ter sido feita de forma a evitar a confusão. “Nasci e cresci em periferia e sei que nem todo mundo ali é bandido. Ao contrário. Sou a favor da polícia, mas isso que aconteceu não poderia ter acontecido, sou cidadã. A estratégia tem de ser diferente, sem bala de borracha, sem gás. Tem de acabar com os bailes antes de começarem. Caso contrário, outras mães vão perder seus filhos”, disse.
O corpo do seu filho, contou, não tem nenhuma marca mais expressiva que pudesse explicar a morte, como alguma perfuração de tiro, o que para ela torna plausível a explicação de pisoteamento. “Não tem marca de nada, mas ele não conseguiu se defender”, lamentou. “Estou vazia. Ele estava no local errado, na hora errada.”
Ela classificou o temperamento do filho, a quem chamou de teimoso, como difícil e problemático na escola. Por faltas, foi desligado de um colégio, mas a mãe tentava uma nova vaga em outra instituição. Para o futuro, seu plano era se alistar no Exército. “Cansei de falar para deixar de andar com más companhias, mas não adiantou.”