As imagens (veja vídeo acima) foram gravadas em frente ao local de trabalho do professor de educação física Rodrigo Vedor, de 27 anos. À reportagem, o professor contou, nesta terça-feira (7), que estava arrumando o estabelecimento, fechado há meses devido à pandemia, quando o morador de rua apareceu e pediu para colocar uma música da Beyoncé.
“Estava com som alto, limpando e separando algumas coisas. Ele apareceu e puxou papo, dizendo que era dançarino e queria dançar”, contou Rodrigo. Segundo o professor, Willins contou que era fã de Beyoncé, Mariah Carey e Anitta. Ele pediu para tocar a música ‘Deja Vu’, de Beyoncé, para que ele dançasse. “Quis que eu publicasse na internet, para que os amigos dele vissem.”
“Ele voltou no dia seguinte e começamos a conversar sobre a vida dele. Me contou que era dançarino profissional e, por problemas familiares e escolhas erradas, foi parar na rua”, contou o professor. “Ele me pediu ajuda para sair da rua, se livrar do vício e arranjar um emprego.”
“Ele me disse: ‘Estou com fome, mas não vou pedir nada para comer. Queria um rádio de pilha para poder dançar'”, relatou Rodrigo, autor do vídeo.
O professor comentou sobre a história e o pedido de Willins com uma amiga, que comprou o aparelho. “Ele tem talento, mas precisa de uma ajuda bem mais séria, com acompanhamento e medicação. O que fizemos para ele foi uma gotinha no oceano”, diz Rodrigo.
O vídeo foi publicado nas redes sociais e rapidamente foi compartilhado por milhares de usuários. Amigos, ex-colegas de trabalho e até pessoas que estudaram com Willins o reconheceram nas imagens, entrando em contato com Rodrigo para oferecer ajuda.
Na última sexta-feira (3), quando Rodrigo chegou ao local de trabalho, Willins dormia na porta do estabelecimento, aguardado sua chegada. Eles combinaram de encaminhar o morador de rua à uma casa de acolhimento, para que começasse o processo de saída das ruas.
“Levamos material de higiene completo para ele, pois é muito vaidoso. Tomou banho quente, cortamos o cabelo”, disse. “Amigos dele da época de escola viram a publicação e doaram roupas novas. Foi uma repercussão que eu não imaginava que teria.”
“Foi uma coisa que caiu na minha vida e eu não podia deixar isso passar. Ele adquiriu uma confiança muito forte comigo”, diz o professor sobre a ajuda ao morador de rua dançarino.
O professor contou com o auxílio de amigos para encaminhar Willins à casa de acolhimento. Agora, segundo ele, o próximo passo será encontrar uma clínica para dependentes químicos para que o dançarino se trate. “Ele quer isso, pediu ajuda. Muitas pessoas me chamaram para ajudá-lo também, mas não sei como fazer isso, arrecadar dinheiro”, afirma. “Por isso, vou procurar saber nos próximos dias sobre alguma clínica que pudesse tratá-lo e direcionar essas doações para lá”, finaliza.