Investigações
Em relação ao uso da máscara, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória abriu uma investigação para apurar a conduta da funcionária, já que “a falta da máscara no ambiente é uma prática proibida desde o início da pandemia e que todos os colaboradores têm conhecimento sobre essa regra”.
Procurada novamente nesta segunda (25), a unidade informou apenas que já tomou todas as medidas cabíveis relacionadas ao assunto e que não mais se manifestará sobre o ocorrido.
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também determinou abertura de procedimento ético para apurar o caso.
“É inaceitável que, após onze meses de enfrentamento à pandemia e em defesa da vida, um profissional de enfermagem se posicione nas redes sociais de forma irresponsável e inconsequente, comprometendo a ciência, a saúde e a vida das pessoas. A apuração, com amplo direito de defesa, será com base no Código de Ética da Enfermagem. As penalidades previstas vão de advertência à cassação do registro profissional”, diz parte da nota.
Nesta segunda (25), o O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) informou que vai instaurar procedimento administrativo para acompanhar tanto o que está sendo feito no âmbito do hospital onde a enfermeira trabalha quanto o que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) está apurando sobre o caso.
Entidades e profissionais ligados à área da saúde manifestaram repúdio à postura da enfermeira. O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, falou sobre o caso em uma rede social.
“Repudiamos toda e qualquer expressão de negação da ciência, da expressão de futilidades desnecessárias ao comportamento exemplar que se espera dos trabalhadores da saúde. Somos preparados para salvar vidas, não para sabotá-las”, disse.
A enfermeira e pós-doutora em epidemiologia Ethel Maciel também lamentou a atitude da colega de profissão.
“Eu queria dizer o quanto é lamentável numa pandemia que já levou mais de 200 mil pessoas no nosso país e que aproxima o Espírito Santo dos seis mil mortos e que não haja empatia. O primeiro problema é a falta de empatia com a vida alheia. As vacinas significam a nossa única estratégia para combater esse vírus. Além de uma série de desinformações presentes nesse vídeo, inclusive uma interpretação errada do que é eficácia.
Vacina
A vacina recebida pela enfermeira é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A eficácia e a segurança da CoronaVac foram comprovadas em ensaios clínicos conduzidos no Brasil.
A eficácia geral da vacina ficou em 50,38% – acima do mínimo de 50% recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso emergencial do imunizante no país foi aprovado pela Anvisa no dia 17.
A eficácia de 50,38% foi contra todos os casos de Covid, incluindo aqueles muito classificados como “muito leves” (na gradação da Organização Mundial de Saúde, um caso “muito leve” é aquele que não precisa de atendimento médico).
Já contra os casos que precisaram de algum tipo de atendimento médico (casos “leves”, segundo a gradação da OMS), a eficácia foi de 78%.
Contra os casos considerados moderados ou graves, a eficácia da vacina foi de 100%.