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Suspeitos de fraudar certidões de óbito para forjar morte de criminosos são presos

Documentos falsos apreendidos durante operação no DF e Entorno — Foto: PCDF/Divulgação

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (5), uma quadrilha especializada em fraudar certidões de óbitos para forjar a morte de criminosos. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão e oito de busca e apreensão no Distrito Federal e região do Entorno.

De acordo com as investigações, um médico juntamente com uma funerária de Águas Lindas de Goiás realizavam as fraudes. Eles chegavam a receber até R$ 10 mil pelo esquema.

Segundo a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil, o caso foi descoberto quando um dos investigados foi considerado morto após uma decisão da Justiça. O homem havia sido condenado a 25 anos prisão. Ele já era indiciado em seis inquéritos e também tinha condenações por falsificação de documentos.

A corporação, então, passou a investigar o caso e não encontrou o corpo do homem no cemitério que constava na certidão de óbito. A partir daí, a polícia iniciou as buscas e ele foi preso.

“Ao verem que teriam que cumprir muitos anos de cadeia, criminosos do DF forjavam a própria morte para extinguir a punibilidade nos processos penais em curso”, informou a PCDF.

 

Com as informações obtidas na prisão, os policiais descobriram a origem da fraude: um médico que, de acordo com a apuração, “inventava doenças inexistentes”, emitia atestados de óbitos falsos que, depois, eram usados pela funerária para simular o transporte e o sepultamento do corpo em um cemitério comunitário em Cocalzinho de Goiás.

“Esse cemitério é comunitário e não possui qualquer controle dos corpos ali enterrados, realidade sabida pelos criminosos e usada para dificultar a elucidação da farsa”, disse a polícia.

 

Mandados

 

A polícia suspeita de que, pelo menos, 30 pessoas estejam ligadas ao esquema. Os alvos não foram encontrados enterradas nos cemitérios indicados nos documentos de óbito.

Nesta sexta-feira (5), os mandados judiciais foram cumpridos nas seguintes regiões:

  • Ceilândia
  • Riacho Fundo
  • Recanto das Emas
  • Águas Lindas de Goiás.

 

Os envolvidos vão responder por associação criminosa, fraude processual, falsidade documental, uso de documento falso e falsa identidade. Segundo a polícia, o preso “morto-vivo” também vai responder por abandono material, pois ao forjar a morte, tinha a intenção de parar de pagar pensão alimentícias para as filhas de um relacionamento anterior.